
Na 33º viagem do pontificado, Papa Francisco chegou nesta sexta-feira (5) no Iraque, que além de sofrer com o confinamento da pandemia, é afetado por anos de violência. O religioso foi até o país para transmitir mensagem de paz e reconciliação e, em Bagdá, defendeu a luta contra corrupção e abusos de poder.
“Vou como peregrino […] implorar ao Senhor perdão e reconciliação, após anos de guerra e terrorismo […] e vou entre vocês como um peregrino da paz”, declarou.
Além disso, o Papa Francisco pediu pelo fim da violência, intolerância e dos extremismos. “É preciso construir justiça, fazer crescer a honestidade, a transparência e fortalecer as instituições. Chega de violência, extremismos, facções, intolerâncias”, afirmou.
De acordo com o G1, o Papa também demonstrou às autoridades iraquianas, críticas às “atrocidades sem sentido” provocadas pelo Estado Islâmico contra yazidi em 2014. Na ocasião, o grupo extremista fez com que milhares de mulheres se tornassem escravas sexuais.
“Não posso não recordar os yazidis, vítimas inocentes de atrocidades sem sentido e desumanas, perseguidos por causa de sua afiliação religiosa, cuja identidade e sobrevivência foram ameaçadas”, disse em seu discurso.
Enfrentando perigos
Analista dizem que, nos nove anos como Papa, essa é possivelmente a viagem mais perigosa de Francisco. Ele visitará duas cidades que, recentemente, foram cenários de ataques com foguetes contra alvos americanos.
Sobre isso, Francisco disse não poder decepcionar o povo do Iraque “pela segunda vez”, se referindo ao cancelamento da visita de João Paulo II, em 1999.
“Anseio conhecê-los, ver seus rostos, visitar sua terra, antiga e extraordinária, berço da civilização”, afirmou o pontífice.
Além disso, o Iraque enfrenta atualmente um novo pico de contágio do novo coronavírus, com uma média de 4 mil novos casos por dia no país. Sua visita, além de um maior suporte de segurança, não terá multidões e o Papa Francisco deverá obrigatoriamente usar um carro blindado em seu trajeto.