
Neste dia 10 de março, o Google celebra o 142º aniversário do epidemiologista chinês-malaio, Dr. Wu Lien-teh, na interface se sua plataforma, conhecida como Doodle. Wu é conhecido por ser o inventor da máscara de cobertura cirúrgica, considerada a antecessora da máscara N95.
Wu nasceu em 1879, em Penang, na Malásia. Vindo de uma família de imigrantes, foi o primeiro aluno da ascendência chinesa a concluir o doutorado, na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Em 1908, iniciou os trabalhos como vice-diretor na Imperial Army Medical College da China. Dois anos depois de aceitar o cargo, uma epidemia ainda desconhecida que matava 99,9% de suas vítimas atingiu o noroeste do país.
Em meio à gravidade e urgência, o governo chinês pediu para Wu investigar a doença a fundo. O epidemiologista descobriu que a peste pneumônica contagiosa se transmitia através do ar, após realizar uma autópsia no corpo de uma mulher que morreu devido complicações da doença. Na época, a realização de autópsias não era permitida na China.
Depois da descoberta, o epidemiologista projetou e produziu a máscara cirúrgica, utilizando algodão e gaze, com várias camadas de pano que filtrava as inalações. Após sua criação, aconselhava a todos o uso da máscara e colaborou com o governo para o estabelecimento de hospitais e postos de quarentena, restrição de viagens e técnicas de esterilização progressivas.

Fim da praga
Conhecida como praga da Manchúria, a pandemia fez mais de 63 mil vítimas e chegou ao fim em quatro meses, graças à criação e liderança de Wu. Quatro anos após a erradicação da praga, em 1915, Wu fundou a maior e mais antiga organização médica não organizacional da China.
Vinte anos depois disso, foi a primeira pessoa de ascendência chinesa indicada ao Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina por seu trabalho contra a praga da Manchúria.
Depois de muitos anos, chegamos hoje com a versão mais atual da máscara cirúrgica criada por Wu, a N95. A dedicação e esforço de Wu Lien-teh perduram até os dias de hoje, mostrando em meio à pandemia do novo coronavírus como máscaras salvam vidas.