
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, expressou preocupação com o aumento de empresas que adotam uma postura “culturalmente neutra”, afastando-se do que ele chamou de “energia masculina”.
Durante uma conversa de quase três horas com o podcaster Joe Rogan no programa The Joe Rogan Experience, publicada na última sexta-feira, Zuckerberg defendeu a importância de valorizar e até mesmo “celebrar a agressividade um pouco mais” no ambiente corporativo.
Zuckerberg destacou que a energia masculina é positiva e que há espaço tanto para energias masculinas quanto femininas nas organizações. Ele criticou a tendência de neutralidade na cultura corporativa. “Acho que a cultura do mundo corporativo está muito castrada […] Acho que a energia masculina é boa, e, obviamente, a sociedade tem muito disso. Mas acho que a cultura corporativa estava realmente tentando se afastar disso. É tipo, você quer energia feminina, você quer energia masculina. Eu acho que tudo isso é bom.”
O bilionário também compartilhou suas paixões pessoais, como artes marciais mistas e a caça de porcos invasores no Havaí, exemplificando como essas atividades refletem sua valorização de características tradicionalmente associadas à energia masculina.
Inclusão feminina e experiências pessoais
Apesar de suas declarações sobre a energia masculina, Zuckerberg enfatizou seu desejo de promover o sucesso das mulheres no ambiente corporativo. Ele mencionou que cresceu em uma família com três irmãs, tem três filhas e deseja que mulheres tenham as mesmas oportunidades de se destacar nas empresas.
“Se você é uma mulher entrando em uma empresa, provavelmente sente que é um ambiente muito masculino. E pode ser uma energia que você pode não ter naturalmente”, disse. “Uma coisa é dizer que queremos ter um ambiente convidativo a todos, e outra coisa é dizer que masculinidade é ruim. Acho que nossa cultura virou para isso, que a masculinidade é tóxica e temos que nos livrar dela. Não, as duas coisas são boas, você quer energia feminina, energia masculina.”
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Mudanças nas políticas da Meta
A entrevista com Joe Rogan ocorreu poucos dias após a Meta anunciar mudanças significativas em suas políticas internas e na moderação de conteúdo. A empresa flexibilizou suas diretrizes no Facebook e Instagram, permitindo maior liberdade para usuários expressarem críticas sobre temas relacionados a imigrantes, pessoas transgênero e não binárias, além de declarações baseadas em sexo ou gênero.
Além disso, na terça-feira, a Meta anunciou o fim da parceria com verificadores de fatos independentes nos Estados Unidos. Na sexta-feira, a empresa revelou que também está reduzindo esforços em programas de treinamento e contratação destinados a aumentar a diversidade em sua força de trabalho.
Reposicionamento político e relações com Trump
Nos últimos meses, Zuckerberg tem reposicionado a Meta para uma abordagem mais alinhada a interesses de Donald Trump. Ele jantou com Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, logo após sua eleição e também planejava comparecer à posse do ex-presidente. Essas ações indicam uma tentativa de reposicionar sua empresa dentro do cenário político e social norte-americano.