Foto: JORGE MANTILLA/ GETTY
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Portugal também vai voltar a impor restrições para fazer frente à nova onda da pandemia, mesmo sendo o país da União Europeia que tem a maior cobertura vacinal contra o novo coronavírus, com cerca de 86,5% da população com o esquema de imunizações completo. O que vem reduzindo a gravidade dos casos, o que está evidente pelo baixo número de internações e encaminhamentos para UTIs, mas não impediu a expansão de uma nova onda de contágios. 

O aumento da incidência acumulada para 14 dias, fixada na última quinta-feira (25) em 173,7 casos por 100.000 habitantes, fez com que as autoridades a retomassem as medidas de contenção para evitar o aumento de casos, entre elas o uso de obrigatório de máscaras ao ar livre e em restaurantes, bem como o rastreamento dos casos por meio de testes gratuitos.

O aumento do contágio pode ter resultado do relaxamento de medidas de proteção como o uso de máscaras, que desde 13 de setembro não são obrigatórias na rua e desde 1º de outubro tampouco nos restaurantes. Na Espanha, por exemplo, ainda é obrigatório usar a máscara nesses estabelecimentos e a taxa de incidência acumulada em 14 dias é de 92 casos por 100.000 habitantes.

O primeiro-ministro, o socialista António Costa, convocou para a tarde desta sexta-feira (26) uma reunião do Infarmed, o órgão multissetorial que congrega técnicos e dirigentes políticos, para ouvir as propostas de ação dos especialistas. O encontro vai contar ainda com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que nos últimos dias se mostrou favorável à adoção de medidas para travar a nova onda, como o carácter obrigatório da máscara, embora sem cair no alarmismo. “Vamos avaliar com calma. Temos uma vacina, algo que não tínhamos antes”, explicou ele no início desta semana.

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Das propostas desta sexta-feira é provável que saiam as indicações para as festas de Natal. A permissividade adotada no Natal de 2020 acabou levando o país ao pior momento da pandemia.

Costa vai reunir-se ainda na próxima semana com os diversos grupos políticos para tratar das novas restrições, que vão ser definidas pelo Conselho de Ministros na próxima quinta-feira. O país enfrenta a quarta onda em um momento complicado de crise política que levou à antecipação das eleições.

Uma prévia do que poderia acontecer em todo o país se viu nesta quinta-feira no arquipélago da Madeira, onde o presidente da região, Miguel Albuquerque, anunciou que a partir de sábado as máscaras serão obrigatórias nos espaços públicos e ao ar livre. O mais polêmico, porém, é a proibição de entrada de não vacinados em estabelecimentos de lazer, esporte e cultura. Alguns juristas portugueses manifestaram dúvidas quanto à legalidade desta medida ser adotada por um presidente regional.

Fonte: El País.