A educação é o pilar central do desenvolvimento econômico sustentável

A problemática sobre as variáveis responsáveis pelo crescimento econômico é um tema esmiuçado por economistas nas diversas escolas mundo afora. Muitos se destacaram com suas contribuições principalmente as doutrinas liberais das escolas inglesa e austríaca, as quais influenciaram as academias que debatem o desenvolvimento econômico. Nessa conexão os Institutos de ensino norte americanos tem grande relevância, dos quais muitos economistas já trouxeram enormes contribuições, como o neokeynesiano Robert Solow que foi premiado com um Prêmio Nobel em 1987 ao introduzir um modelo inovador que permite analisar o impacto de algumas variáveis na formação do produto interno bruto das nações.

É comum correlacionar o crescimento econômico com o aumento da renda geral. Entretanto o estudo de Solow não negou, mas apontou algumas condições para a prosperidade econômica em longo prazo, como: o crescimento da população, a poupança (capital) e o progresso tecnológico (alusivo à inovação). A partir desse entendimento ficou evidente que o desenvolvimento econômico tem no modelo educacional o seu pilar principal, pois pode ser comum a todos. No entanto se a tecnologia aplicada aos meios de produção para expandir a economia não tiver base de desenvolvimento doméstico ou pelo menos um processo de transferência de conhecimento, o processo de aprimoramento tecnológico sufoca os padrões educacionais, obrigando uma revisão curricular na mesma velocidade das mudanças nos bens de capital, levando a uma dependência também intelectual e a um desarranjo nas bases educacionais.

O modelo de Solow deixa claro que o incentivo a criatividade humana torna-se o instrumento mais influente na economia. Infelizmente nas nações subdesenvolvidas como o Brasil, a ausência de investimentos na educação pública, aliada a péssima gestão no setor, criam poucos incentivos para a promoção de indivíduos intelectualmente notáveis, salvo as exceções.  Grandes investimentos em educação alavanca o progresso tecnológico e consequentemente terá impacto negativo na concentração de riquezas no longo prazo, evidentemente o crescimento econômico atingirá as mesmas proporções todas as camadas da população e como efeitos a estabilidade social e o desenvolvimento sustentável. 

Como a inovação está enraizada na economia,temos que produzir um currículo escolar inovador e sem as novidades comuns trazidas para enganar a sociedade, como exemplos as disciplinas de educação financeira que tem foco na produção de consumidores patológicos e a robótica adotada nas grades curriculares que é apenas mais uma peça da brinquedoteca. A educação é o principal meio para incentivar a criatividade, portanto temos que ajudar a dar suporte às instituições educacionais, mesmo que seja indiretamente, pois são elas que definem o futuro da nossa sociedade.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.