
Setenta e seis anos.
Setenta e seis anos de uma história que não cabe em um livro, cabe em vidas. Em vidas dedicadas à missão de proteger, servir e honrar esta cidade.
Quando a Guarda Municipal de Jundiaí nasceu, em 1949, ninguém imaginava que ela se tornaria o que é hoje. Ninguém imaginava drones, leitura automática de placas, integração de sistemas, inteligência artificial, reconhecimento facial.
Mas existia algo que já estava lá desde o primeiro dia: a coragem. A coragem silenciosa de homens que se levantavam antes do sol, calçavam uma bota pesada e saíam para garantir que Jundiaí pudesse crescer em paz.
A verdade é que essa corporação não nasceu de estruturas; ela nasceu de gente. Gente que acreditou, mesmo quando não havia nada além de vontade. Gente que enfrentou madrugadas sem equipamento, ruas sem iluminação, viaturas simples, e mesmo assim nunca desistiu.
Essa história não é feita de papel. Ela é feita de mãos calejadas, de uniformes desgastados, de noites sem dormir, de lágrimas contidas, de famílias que esperam na janela, de orações sussurradas antes de cada serviço. E se hoje Jundiaí é referência em segurança, é porque cada um desses homens e mulheres deixou um pedaço de si na história desta Guarda.
Eu tenho um orgulho profundo de ser Guarda Municipal de carreira, e de hoje, ocupar o cargo de Secretário Municipal de Segurança Pública. Eu estou aqui porque a GMJ me formou.
Eu estou aqui porque cada experiência vivida no serviço moldou meu caráter, minha visão e minha responsabilidade. Eu estou aqui porque a Guarda Municipal de Jundiaí me ensinou que a missão é maior que o indivíduo. E essa é, talvez, a maior honra da minha vida.
Hoje quero fazer um reconhecimento que não aparece nos relatórios, que não sai no jornal, que não entra em estatística: agradeço a todos os guardas que não estarão aqui para ouvir este discurso.
Aos que partiram.
Aos que tombaram.
Aos que se aposentaram depois de entregar décadas de vida à corporação.
Aos que foram esquecidos pelo tempo, mas nunca pela instituição.
Aos que trabalharam na sombra, mas garantiram luz para o restante da cidade.
E agradeço também às famílias. A cada esposa, marido, filho, mãe, pai que aprendeu a conviver com o som da porta se fechando, sem saber o que o dia reserva. A cada família que celebra o retorno do guarda todos os dias como se fosse um aniversário. Vocês também são GMJ. Vocês também sustentam esta história.
Aos guardas que hoje compõem a linha de frente, vocês carregam em seus ombros setenta e seis anos de legado. Carregam a memória dos que estiveram, a expectativa dos que estarão, e a confiança de uma cidade inteira.
E, por isso, digo com convicção: vocês não são apenas agentes de segurança.
Vocês são o escudo emocional desta cidade.
Vocês são a ponte entre a ordem e o caos.
Vocês são a tranquilidade de milhares de famílias que dormem porque vocês estão acordados.
Ao lado do prefeito Gustavo Martinelli, reafirmo: seguiremos investindo, modernizando, valorizando e fortalecendo esta corporação, não por vaidade institucional, mas por gratidão. Porque a história da Guarda Municipal de Jundiaí é, na essência, uma história de amor pelo serviço público.
E é por isso que hoje, quando celebramos 76 anos, não celebramos a idade. Celebramos a grandeza. Celebramos a honra. Celebramos a vida de cada guarda que fez, faz e fará parte desta instituição que se tornou o grande orgulho de Jundiaí.
Guardas Municipais, vocês são o coração que pulsa na segurança desta cidade. Vocês são a razão pela qual Jundiaí continua sendo referência, esperança e proteção.
Que venham muitos outros anos. Com coragem. Com dignidade. Com história. E, acima de tudo, com honra.
Parabéns, GMJ. Parabéns a todos vocês. Muito obrigado.
Artigo por Guilherme Balbino Rigo, Secretário de Segurança Pública de Jundiaí. Rigo é formado em Direito, pós-graduado em Direito e Processo Penal, Direito Constitucional e Direito Público, com ênfase em Gestão Pública.

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