
Brasília, terça feira primeiro dia do ano 2019, um capitão reformado do Exercito Brasileiro tornou-se o 38º Presidente da República Federativa do Brasil. Desde a entrada nas fileiras militares que o cidadão Jair Messias Bolsonaro demonstrou que não gostava de regras e a confrontação, a provocação e a contradição fariam parte de sua conturbada trajetória.
O conflito constante é o seu propulsor, como militar de baixo escalão planejou detonar uma bomba nas instalações de um quartel para obter um salário mais elevado, foi julgado perante o código militar e a punição foi uma gorda aposentaria aos 33 anos de idade. A baderna na caserna deu bons frutos para o arruaceiro, mas a sociedade absorveu mais um parasita para alimentar. Obvio que a ciência aponta que é a forma de vida mais bem sucedida no planeta.
No começo dos anos 90, ele se tornou deputado, cuja marca registrada era insultar outros cidadãos, de opositores a minorias, exalar ódio e desejar até a morte. A violência era apontada pelo parlamentar como única alternativa viável para equilibrar as relações sociais e a tortura o código penal. Em uma sociedade humanista, democrática e cristã essas condutas agridem seus princípios. Nessa caminhada, o mesmo Messias que confrontou a hierarquia militar, passou a defender a ditadura como sistema politico e, sem inibições, expressou fantasias totalitárias, desde que sejam oriundos dos quarteis, como se uma ditadura para se sustentar usam doutrinas distintas. No parlamento federal foram 28 anos de mandato e a sua atuação foi pautada na balburdia.
Como Chefe da Nação, aperfeiçoou o método da quebra de tabu. Sentado na cadeira de Presidente, tendo ao lado seus filhos sanguessugas, assim como uma manada de deputados, assessores e propagandistas fiéis, bombardeiam o país diariamente com novos descalabros, mentiras, ódios, provocações e ameaças. Não é a exceção, mas sim a regra. Para ele, já não basta mais procurar seus inimigos do lado de fora, ou seja, na esquerda, agora é excluído quem não siga a sua doutrina miliciana. Já foi assim com diversos ex-ministros, tanto civis como militares.
Na missão de Chefe do Poder Central, arruma confusão com todos os demais poderes da República e recua quando o cerco aperta, nega a ciência e promove o curandeirismo, descrimina a imprensa, desrespeita a lógica das relações internacionais, esta bagunçando a educação, desqualifica as instituições de fiscalização e controle, não respeita a cultura indígena, desqualifica o crime e a corrupção desde que seja próximo, estimula a destruição ambiental, bajula os oligarcas e agride os pobres.
Esnoba as atribuições do cargo, pois não assume responsabilidades e obviamente prefere à informalidade as regras constitucionais. E para completar o esculacho está atirando pedras em uma das mais competentes empresas de petróleo de mundo. Creio que nos bastidores já cogitou nomear um dos filhos como CEO da companhia, com um argumento bizarro similar ao que usou para tentar encaixar o filho Eduardo como embaixador do Brasil na maior economia do mundo.
O caos sempre foi uma escada para o Jair Messias Bolsonaro e continua construindo os degraus bagunçando todos os ambientes que frequenta. E com a competência de um parasita sempre busca um hospedeiro para nutrir o seu organismo e manter-se imunes aos ataques. A sociedade acolhe até aquele que estraga suas estruturas, esse é o preço do caos.
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Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.