
Poucas vezes, a não ser em períodos de grandes guerras, o mundo atravessou um ano tão desafiador. Fomos obrigados praticamente a mudar nossa maneira de viver, confinados, distanciados por meses e meses de pessoas com quem convivíamos.
Agora, próximo ao seu final, a esperança de que isso tudo possa ficar para trás surge com as vacinas, resultado impressionante do esforço de milhares de cientistas e pesquisadores que conseguiram, em tempo recorde, criar um antídoto para o vírus.
Um feito extraordinário quando se sabe que algumas vacinas chegaram a demorar uma década para serem desenvolvidas.
O mundo, um lugar de grandes desavenças, de conflitos frutos de preconceitos, fanatismos e poderosos interesses, frente ao mal maior mostrou-se mais unido, mais solidário, um sentimento que, para proveito de todos, deve ser reconhecido e estimulado.
Precisamos – essa é a lição que o ano nos deixa – de mais cooperação e menos competição. Precisamos aprender essa lição. Temos pela frente uma tarefa – enfrentar o aquecimento global, que ameaça a continuidade da própria Civilização – que exigirá a participação ativa de todos e de cada um.
Por tudo isso temos agora o direito de entrar com ânimo redobrado no ano novo que se aproxima, restando apenas esperar que, ao invés de retardar, as autoridades competentes sejam expeditas e iniciem com brevidade a vacinação e possamos, logo, deixar para trás esse pesadelo.
Há, todavia, uma dor que não passa.
Para muitas famílias, que sofreram a perda irreparável de entes queridos, o golpe foi mais profundo. Não podemos faltar-lhes com o consolo do nosso sentimento amigo e solidário. Somos nós, humanos, a espécie com maior empatia. Sentimos a dor do outro.
A todos aqueles que perderam entes queridos vamos levar o calor da nossa solidariedade e a consideração por seu sofrimento.
Miguel Haddad
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