Jonas Henrique Martins. (Foto: Divulgação)
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Por que o caminho para o empreendedorismo é tão complexo no Brasil? Inúmeras causas nos levam a perder oportunidades importantes e fazer jus ao nosso potencial territorial, demográfico e ambiental. Desbravar esse caminho exige esforços em várias frentes. Não é de hoje que sucessivas crises e desgovernos corroem a renda do brasileiro. 

Com a pandemia do Covid-19, tal situação se agravou, o que motivou muitas pessoas a empreender por necessidade. Se o caminho escolhido foi desbravar-se no mundo empresarial, o estado não pode ignorar, no entanto, qualquer cidadão que empreenda. O ensino pouco abarca as práticas inovadoras e eficientes de aprendizado, passando longe de trabalhar conteúdos que preparem os jovens tornando-os donos dos seus negócios. Ao mesmo tempo, deixamos de formar um contingente de mão de obra qualificada capaz de melhorar a produtividade dentro de outras empresas. 

O cenário piora quando falamos de bairros periféricos, comunidades ou favelas. De acordo com uma pesquisa do instituto locomotiva, 90% dos moradores fazem alguma atividade para gerar ou aumentar sua renda. Contudo, apenas 29% dos empreendedores residentes nas comunidades ou favelas possuem CNPJ, já que a maioria não vê vantagem em formalizar o negócio. 

Como se vê, empreendedores e empregados se perdem quando o assunto é elevar o PIB brasileiro, levando uma goleada de outros países. Aqui, desconhecimento profissional impacta diretamente na geração de renda, num ciclo vicioso. Tudo isso num contexto governamental de desestímulo aos negócios. 

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Vivemos num país cartorial, submerso num mar de leis e papéis se multiplicando com espantosa velocidade nas repartições públicas. Em que pese a recente reforma trabalhista, com certa flexibilização pertinente à dinâmica produtiva, permanecem empacadas reformas como a tributária e administrativa, mantendo atado o nó de impostos que gera mais morosidade para sairmos da crise. 

Para colhermos bons frutos desta grande árvore chamada “empreendedorismo brasileiro”, precisamos apostar na educação, na cidadania, na inclusão produtiva, na inovação e no fomento à geração de riquezas como catalisadores de ações políticas para um projeto sério de nação. 

Jones Henrique Martins é Analista de sistemas, Administrador público e Gestor adjunto de Governo na Prefeitura de Jundiaí – SP.

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