
Nos últimos anos, sobretudo em períodos eleitorais, métricas e métodos formulados são vendidos como as soluções certeiras de vitórias a candidatos ou políticos de modo geral. Isso porque as redes sociais passaram a ser usadas também como meio de propaganda eleitoral e, com elas, naturalmente outra dinâmica se impõe no cenário de disputa.
Claro que linguagens já amplamente exploradas, como a clássica jornada do herói – e outros pilares que de fato são efetivos na construção de uma imagem, somados ao contexto social e econômico do momento eleitoral – precisam ser considerados, mas defendo que nesse duelo de narrativas que se estende desde 2018, o meio que parece deslocado pode encontrar um caminho de elo com a população pela humanidade das figuras públicas.
As redes sociais já provaram, pelo seu dinamismo quase frenético, que não há fórmulas fixas para a boa comunicação virtual. A única regra que vejo é a da criatividade e do poder de reinvenção ativados constantemente para que os melhores formatos sejam compreendidos e trabalhados para as diferentes plataformas e entregas de mensagem que surgem e mudam a cada dia.
E nesse contexto, as redes também deixam claro que a vulnerabilidade, os conteúdos ligados a questões que todos vivem no cotidiano, que trazem humanidade e de fato a aproximação que todos buscam nas telas, tornaram-se pontos de conexão bem sucedidos ao mundo virtual, inclusive na política.
Não existe uma única forma engessada de se fazer comunicação política. O que aprimora essas diversas linguagens hoje usuais são os dados, a pesquisa frequente, a análise do conteúdo e público, a observação sobre novas tendências e entregas, a atualização, o trabalho, e o aprendizado também frenético.
E ainda, dessa forma, se não houver um conhecimento profundo sobre aquela figura a ser humanizada, um olhar sensível sobre ela, o acompanhamento diário e personalizado sobre a sua espontaneidade, arrisco dizer que não haverá resultados, porque o que se consome hoje nas redes é também a realidade – ainda que algumas sejam maquiadas. Sobretudo na política, as pessoas buscam identidade com o ser humano, não somente com suas propostas.
Defendo a sensibilidade como uma ‘arma’ atenta neste desafio de humanizar, levar informação e mostrar simplicidade, nada exuberante que apenas distancie justamente o que as redes e seus consumidores querem aproximar: a vida comum.
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Raquel Loboda Biondi, jornalista e assessora legislativa na Câmara de Jundiaí.