Foto: Agência Brasília
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Nosso país é historicamente reconhecido tanto por seu potencial quanto por não conseguir tirar bom proveito de suas riquezas naturais, ao preservar o meio ambiente, e da sua unidade nacional, vantagens que poderiam proporcionar aos brasileiros acesso a uma qualidade de vida semelhante a dos países desenvolvidos.

Ao invés disso o que vemos é a maioria da população lutando para conseguir o mínimo que garanta o seu sustento quando não sofrendo as agruras da miséria e da fome. 

Para atender os brasileiros que vivem no que os técnicos denominam de insegurança alimentar, não há outra solução senão a assistência social, proporcionada pelo sistema de bolsas que permite atender, com a urgência requerida, as necessidades mínimas de uma parcela considerável dos destituídos, sem, todavia, contribuir de fato para um dar um fim definitivo a essa mazela nacional.

O diagnóstico das razões estruturais que levam nosso país a essa condição mostra que, no longo prazo, duas medidas são essenciais para avançarmos: educação e saneamento básico. Jundiaí, nesse sentido, é um exemplo. Foi o seu olhar voltado para o futuro, investindo nesse binômio décadas atrás, que permitiu à nossa cidade ser hoje a terceira cidade do estado, excluindo a chamada Grande São Paulo, em PIB per capita.

Se temos aí – vamos dizer – o caminho das pedras para erradicar a miséria, falta ainda dar o passo seguinte para fazer avançar a nossa economia: aumentar, de forma sustentada, a oferta de emprego. A boa notícia é que o avanço do acesso às novas tecnologias possibilita hoje um dinamismo anteriormente sequer sonhado ao setor do mercado que mais gera emprego, as pequenas e micro empresas, responsáveis, segundo o último levantamento do Sebrae (Revista Exame 22/1/22) por 7 em cada 10 empregos gerados no País.

Na retomada da economia pós-Covid, as micro e pequenas empresas – MPE, como são chamadas, no jargão dos economistas – saíram na frente, gerando, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), 961,9 mil vagas de emprego (72,1% do total), e as médias e grandes 279,8 mil (21%).

O chamado Novo Empreendedorismo, que viabiliza o acesso de pequenos negócios, geralmente familiares e nas comunidades, é hoje um dos setores mais dinâmicos e promissores da economia nacional.

O poder público faz bem ao implementar o auxílio do sistema de bolsas para assistir a urgência daqueles que, de outra maneira, não teriam como por comida na mesa. E faria igualmente bem ao estimular – eliminando o excesso de burocracia e sendo parceiro do avanço desses novos rumos da livre iniciativa – o dinamismo das MPE, tornando com isso o mercado uma força cada vez mais inclusiva.

Artigo por Miguel Haddad

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