Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima
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Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

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Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como poderíamos ter amenizado sua severidade.

Especialistas apontam para a redução da vegetação nativa como um dos principais catalisadores dessas inundações. Dados do MapBiomas revelam que entre 1985 e 2022, o Rio Grande do Sul perdeu cerca de 3,5 milhões de hectares de cobertura vegetal original, o equivalente a 22% de sua vegetação nativa. Enquanto isso, houve um aumento significativo na expansão de lavouras de soja, silvicultura e áreas urbanizadas, indicando uma mudança drástica no uso do solo.

A perda de cobertura vegetal nativa impacta diretamente a capacidade do solo de absorver e reter água, desempenhando um papel fundamental na regulação dos fluxos hídricos. A vegetação nativa atua como uma barreira natural, diminuindo a velocidade das enxurradas, aumentando a infiltração de água no solo e reduzindo a erosão, fatores cruciais na prevenção de inundações.

Diante desse cenário alarmante, é urgente que as cidades desempenhem um papel proativo no combate aos impactos climáticos. A proteção e recomposição de áreas de vegetação nativa devem ser prioridades nas políticas municipais e estaduais. A Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul destaca a importância do reflorestamento e da restauração de ambientes naturais como medidas essenciais para mitigar os efeitos das inundações.

Além disso, é fundamental que haja uma revisão das práticas de ocupação do solo e uma maior conscientização sobre os impactos ambientais das atividades agrícolas e urbanas. A expansão desenfreada de lavouras e áreas urbanizadas deve ser controlada, e incentivos para a conservação e uso sustentável da terra devem ser implementados.

É preocupante notar que políticas governamentais recentes no Rio Grande do Sul e de outros estados brasileiros têm facilitado a redução da vegetação nativa, contribuindo para agravar os impactos das inundações. Alterações nos códigos ambientais dos estados e federal, além de uma postura permissiva em relação ao desmatamento, têm minado os esforços de conservação ambiental.

Neste momento crítico, é necessário um compromisso conjunto de autoridades governamentais, instituições acadêmicas, organizações não governamentais e a sociedade civil para enfrentar os desafios colocados pelas mudanças climáticas. A preservação de nossa vegetação nativa não é apenas uma questão ambiental, mas uma medida crucial para proteger vidas e garantir a resiliência de nossas comunidades frente aos eventos climáticos extremos. É hora de agir com urgência e determinação para construir um futuro mais sustentável e resiliente para todos.

Artigo escrito por Miguel HaddadOs artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo…

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A direita antipatriota continua vendendo o Brasil para a China comunista

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Dois homens iniciando um aperto de mãos com uma bandeira da China e uma bandeira do Brasil em cima de uma mesa
Foto: Canva Pro

Uma suposta ameaça comunista no Brasil é frequentemente levantada pela direita para, com frequência, justificar ações autoritárias e ameaças à democracia. Essas ideias vagas ainda têm força, mesmo sem histórico de um “projeto comunista” que tenha chegado a ameaçar o Estado brasileiro. Diante da dificuldade de construir planos consistentes para avançar o Brasil, usam a pecha do anticomunismo como um ponto de unificação das direitas na sua diversidade.  O discurso…

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Privatização de setores estratégicos, ameaça à democracia, o desenvolvimento e a liberdade

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva Pro

O professor e historiador Donald Cohen, lançou a obra "Privatization of Everything" com uma forte reflexão sobre o papel do setor privado na sociedade global.  Para ele a privatização de empresas estratégicas nada mais é que entregar à iniciativa privada a autoridade, o controle e o acesso a bens públicos, muitas vezes extremamente necessários à população. O especialista também mostrou…

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Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

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O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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