
A baixa vazão das Cataratas do Iguaçu, no Paraná, evidenciou um grande problema provocado por turistas, sobretudo os brasileiros. Com pouca água, paredões de pedras estão à mostra, deixando visíveis milhares de moedas jogadas na água, prática proibida no local.
Para alguns turistas, é a chance de fazer um pedido. Mas para o parque nacional, um grave problema ambiental.
Em entrevista ao G1, o biólogo do Parque Nacional do Iguaçu, Pedro Fogaça, explica que muitas moedas se dissolvem com o tempo e seus metais pesados, como níquel e cobre, vão parar na água.
“Tiramos moedas que estão aqui, com certeza, há mais de 30 anos no rio. Elas vão se corroendo e esse metal pesado acaba contaminando a água. É uma contaminação química que afeta toda a cadeia alimentar”, disse Fogaça.
A equipe do parque retirou 329 quilos de moeda, um recorde histórico do parque. A maioria, moedas brasileiras. Na sequência, pesos argentinos e depois guaranis paraguaios.
Também foram encontradas moedas da China, Panamá, Israel, Japão, Austrália, Canadá e da África do Sul. Algumas moedas já até saíram de circularam há duas décadas.
Somente de moedas estrangeiras foram 130 quilos recolhidos. Todas serão enviadas para reciclagem.
No total, foram recolhidos R$ 14 mil moedas brasileiras. O valor será destinado a um dos 14 municípios que ficam às margens do Parque Nacional do Iguaçu. A escolha acontecerá por meio de concurso.
Além da poluição, os animais também sofre com o efeito das moedas jogadas nas cataratas. Muito deles, especialmente peixes e aves aquáticas, confundem as moedas com suas presas por causa do brilho. Se ingerem, acabaram sofrendo problemas sérios no organismo.
A limpeza é outro entrave. A retirada das moedas só pode ser feita com equipamentos de segurança, por causa do risco de acidentes por parte dos bombeiros.
Fonte: G1