Câmera corporal em PMs
Foto: Divulgação/Secom/GESP

Nesta terça-feira (2), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que as câmeras em fardas de policiais não oferecem segurança efetiva na vida do cidadão. Além disso, admitiu que sua gestão não investirá em novos equipamentos.

“A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma”, disse o governador.

No entanto, de acordo com um levantamento da FGV em 2022, o uso do equipamento nos uniformes da PM em SP evitou 104 mortes. A ação também reduziu a letalidade dos policiais em serviço, com a menor taxa da história no ano passado. Em um levantamento recentemente divulgado pela GloboNews, após a implantação de câmeras corporais, o índice de detenções de policiais também caiu, 30%.

Novos investimentos em segurança

Durante a entrevista desta terça-feira, Tarcísio defendeu a contratação de mais policiais, e o investimento em tecnologia – mas não nas fardas dos policiais – para coibir a violência. “Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão”, disse.

De acordo com o governador, a gestão planeja ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista este ano e 500 viaturas atuando na região. “Se você aumenta policiamento ostensivo, você vai fazer menos abordagem porque vai dissuadir o crime. E combinar mais investimento em iluminação pública para dissuadir o crime, porque iluminação pública afasta o criminoso”.

O governador disse ainda ter conversado sobre o assunto com outros governadores. Assim, pretendem apresentar um projeto pedindo o endurecimento da legislação penal para tentar resolver o problema. “Precisa aumentar o risco do crime. Impressiona a quantidade criminosos condenados pela Justiça soltos”.

No final de 2023, a gestão de Tarcísio cortou R$ 98 milhões de ações da pasta da Segurança Pública do estado. Além disso, deixou de investir em programas importantes na área, como o Olho Vivo, responsável pelas câmeras corporais usadas pela Polícia Militar.

A atual administração tirou R$ 15 milhões do orçamento de R$ 152 milhões previsto para o programa em 2023, o que significa diminuição de cerca de 10% do valor destinado à manutenção das câmeras.

Programa Olho Vivo

O Programa Olho Vivo foi implantado em agosto de 2020, a princípio com 585 câmeras acopladas aos coletes usados pelos policiais militares. Em dezembro de 2022, no fim do mandato de João Doria, a corporação contava com 10 mil equipamentos à disposição.

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