Itupeva registrou três homicídios, no ano passado, não havia nenhuma ocorrência. (Foto: Divulgação)
Itupeva registrou três homicídios, no ano passado, não havia nenhuma ocorrência. (Foto: Divulgação)

No ano passado, de janeiro a agosto, a cidade de Itupeva exibiu a marca invejável de nenhum homicídio doloso registrado. Para uma população de mais de 60 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, havia razão para se comemorar.

Mas, o ano de 2019 tem mostrado uma realidade muito diferente. No mesmo período deste ano, o município já registrou três homicídios.

Em Jundiaí, até agosto deste ano, 18 homicídios foram contabilizados pelas delegacias da cidade. No ano passado, eram seis.

Coincidência ou não, Cabreúva, Jarinu e Louveira também registraram crescimento. Juntas, as cidades totalizaram 11 casos, de janeiro a agosto deste ano. Em 2018, foram três. Várzea Paulista manteve o índice de quatro homicídios. Campo Limpo Paulista e Itatiba foram as únicas que indicaram queda no índice da violência.

Dia a dia

Moradora de Itupeva, uma estudante, que prefere não se identificar, diz que não se sente segura, especialmente no bairro em que mora e durante a noite. “O número de jovens, envolvidos com o tráfico de drogas tem aumentado muito na região em que moro. Eles passam a noite na rua, andando de um lado para o outro. Alguns são agressivos”, conta.

A insegurança da estudante é reforçada com a percepção de que tirar a vida do outro, “está fácil”. “É muito fácil ir e matar alguém simplesmente porque se perdeu a cabeça”, comenta.

Ela exemplificou o comentário com um caso que ocorreu não há muito tempo na cidade em que mora. “A esposa esfaqueou o marido porque ele queria ir embora e ela não permitiu”.

Explicações

São inúmeras as causas que podem justificar o aumento de casos de homicídios.  Para o professor Samuel Vidilli, cientista social, a principal razão está ligada ao movimento que a sociedade, como um todo, vem tomando.

“As enormes desigualdades, o excesso de informações e opiniões, os extremismos”, ressalta, como possíveis causas. “Mas essencialmente, acredito que discursos de ódio (de todos os lados) corroboram com atos violentos. As pessoas começam a ver autoridades de organizações e instituições defendendo a resposta violenta. Isso referenda o uso da força”, defende.

Assim, o agir por impulso acaba sendo autorizado e aceito pela maioria.

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