Hospital Universitário de Jundiaí
Foto: Divulgação/Hospital Universitário de Jundiaí

O caso de violência infantil que abalou a cidade de Jundiaí desde 12 de novembro continua tendo desdobramentos. O casal de pais adotivos, preso em flagrante após ser denunciado por torturar um menino de 10 anos, teve a prisão convertida em preventiva. Enquanto isso, as três crianças resgatadas estão sob acompanhamento médico e psicológico.

Denúncia feita na escola de Jundiaí revelou agressões sistemáticas

A situação foi revelada quando o menino procurou um professor e relatou agressões contínuas por parte dos pais adotivos. A direção da escola acionou a Guarda Municipal de Jundiaí e o Conselho Tutelar imediatamente.

No local, os agentes constataram hematomas recentes e cicatrizes antigas nas costas e abdômen da criança. As agressões incluíam tapas, socos, raquetes, pedaços de madeira, e privação de sono e alimentação, caracterizando tortura.

Exames confirmaram fraturas e lesões genitais

Encaminhado ao Hospital Universitário de Jundiaí, o garoto passou por exames que identificaram fraturas, ferimentos na boca, lesões genitais e marcas de pancadas em diferentes estágios de cicatrização. Isso indicou um padrão de violência repetitiva e prolongada.

Outras duas crianças também foram retiradas do ambiente e levadas para um abrigo. Uma delas, irmão do menino, também apresentava sinais de maus-tratos e confirmou as agressões.

Estado de saúde das crianças é atualizado pelo hospital

Segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (19), às 12h, pelo Hospital Universitário de Jundiaí, a criança maior, identificada como R., segue sob cuidados da equipe multidisciplinar e pode receber alta ainda nesta semana; a criança menor teve alta no dia 10 de novembro.

O hospital ressaltou que ambas seguem acompanhadas por profissionais de medicina, psicologia e assistência social.

Prisão dos pais adotivos é mantida; investigação continua

Durante a audiência de custódia realizada em 13 de novembro, a Justiça determinou a prisão preventiva do casal. O homem segue no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí e a mulher na Cadeia Pública Feminina de Itupeva.

A Polícia Civil de Jundiaí investiga se outras pessoas participaram ou sabiam das agressões, como foi o processo de adoção das crianças e a rotina familiar e possível negligência externa. Exames complementares foram solicitados e professores, vizinhos, conselheiros tutelares e parentes estão sendo ouvidos.

Com base nas provas reunidas, o Ministério Público prepara a acusação por tortura, lesão corporal grave e maus-tratos. A Vara da Infância e Juventude de Jundiaí acompanha o caso e definirá o futuro das crianças, que pode incluir reintegração familiar ampliada ou nova adoção.