Empresário Eike Batista é preso
Empresário Eike Batista é preso

A Polícia Federal prendeu novamente, na manhã desta quinta-feira (08), o empresário Eike Batista. Ele estava em casa, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde há cerca de dois anos e meio cumpria prisão domiciliar. 

Por nota, a defesa de Eike batista informou que apresentará recurso. “Certamente essa nova ordem de prisão, assim como a anterior, carece de amparo legal”, afirmou. 

Operação nomeada como ‘Segredo de Midas’ é um desdobramento da Lava Jato, busca provas de manipulação do mercado de ações e de lavagem de dinheiro, baseada em uma delação recém-homologada do banqueiro Eduardo Plass. 

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, expediu para esta fase da Lava Jato dois mandados de prisão: Eike Furkhen Batista, já cumprido; e Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos do grupo EBX, que está no exterior. 

Além dessas ordens de prisão, há mais quatro mandados de busca e apreensão. 

Condenação de Eike Batista

O empresário Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil, entre 2010 e 2012, período que chegou a ser listado como o 8º mais rico do mundo – ele chegou acumular fortuna que variou entre US$ 27 bilhões e US$ 34, 5 bilhões -, está condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Eike foi preso pela primeira vez no final de janeiro de 2017 logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (RJ), vindo do exterior. Mas depois de três meses, no final de abril de 2017, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ele deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para cumprir prisão domiciliar. 

A primeira condenação saiu em julho de 2018. No mesmo processo, que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado a 22 anos e 8 meses de prisão.

Dois doleiros haviam afirmado que o empresário pagou US$ 16,5 milhões (ou cerca de R$ 65,74 milhões, na conversão atualizada) a Cabral em propina. O pagamento teria sido feito em troca de contratos com o governo estadual.

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Já em maio deste ano, o empresário foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por usar informações privilegiadas para lucrar no mercado de ações e por manipular preços quando era acionista controlador e presidente do conselho de administração da OGX Petróleo e Gás Participações S.A.

Vinculada ao Ministério da Economia, a CVM é responsável por fiscalizar e regular o mercado de ações no país. A comissão estabeleceu uma multa de R$ 440,8 milhões e outra de R$ 95,7 milhões, e inabilitou Eike, pelo prazo de sete anos, de ser administrador ou conselheiro de companhia com capital aberto.

O colegiado também já havia condenado Eike em 2017 em processo por uso de informações privilegiadas em outra venda de ações em 2013 da OSX, empresa do setor de construção naval da qual era acionista majoritário. A multa estabelecida foi de R$ 21 milhões.

Depoimento em CPI

Eike foi na última terça-feira (06) prestar depoimento na comissão parlamentar de inquérito da Câmara (CPI) que investiga denúncias contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na ocasião, ele negou irregularidades em empréstimos contraídos com o banco.

Ainda no depoimento à CPI, Eike Batista foi questionado se fez doações com o objetivo de ter acesso a integrantes do governo. O empresário, então, respondeu que “acredita na democracia” e fez doações para todos os partidos.

“Eu estou no Brasil inteiro, em vários partidos. Eu fazia doações para partidos de oposição também. Existia uma filosofia, eu acredito na democracia, havia doações para todos e volta e meia eu doava mais para alguém que eu gostava mais”, disse.

Eduardo Plass

O banqueiro Eduardo Plass foi preso há um ano pela força-tarefa da Lava Jato, suspeito de lavar mais de US$ 22 milhões (equivalente a R$ 90 milhões), da joalheria H. Stern, dinheiro de clientes que comprava sem nota. 

Suspeito de lavar dinheiro para o ex-governador Sérgio Cabral, que recebia parte da propina em anéis e brincos, o Ministério Público explica que Eduardo transferia o dinheiro para empresas de fachadas no exterior e, depois, o banqueiro repassava os valores para contas da própria joalheria também fora do Brasil. 

Os investigadores dizem que Eduardo Plass assinava contratos falsos de empréstimos com a joalheria para a movimentação financeira parecer legal. O esquema foi revelado por diretores da H. Stern que fizeram delação premiada.

Plass não ficou nem uma semana preso. Ele pagou fiança de R$ 90 milhões e deixou a prisão.

Empresário Eike Batista é preso
Banqueiro Eduardo Plass, preso suspeito de lavar dinheiro para Sérgio Cabral (Foto: Reprodução/TV Globo)

Eduardo Plass é ainda sócio majoritário do TAG Bank, no Panamá, e da gestora de recursos Opus, no Brasil.

Fonte: G1