Golpe do 'falso motoboy' movimentou mais de R$ 10 milhões em 2020
Foto: Reprodução/ Fantástico

Entre março e agosto de 2020, só em São Paulo, o golpe do “falso motoboy” faturou mais de R$ 10 milhões extorquindo idosos. O isolamento social e o recente vazamento geral de dados fizeram com que este público se tornasse, ainda mais, alvos fáceis para os criminosos.

Os golpistas ligam para o telefone fixo das residências, dizendo ser do banco e relatando supostas compras indevidas no cartão de crédito da vítima, e as convencem de entregar os cartões, com o objetivo de “cancelar as transações e investigar a fraude”.

Assim, um falso motoboy vai até a residência para pegar o cartão e daí começa as transições com maquininhas, até que o cartão seja realmente bloqueado.

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De acordo com o delegado de polícia de Sorocaba, Rodrigo Ayres, os bandidos tinham um sistema de direcionamento de ligação. Ou seja, quando os idosos ligavam para o 0800 do banco, a ligação caia diretamente para o último número que ligou, os golpistas.

Segundo reportagem do Fantástico, a polícia informou que um dos líderes da organização criminosa é o músico Rafael Vicente da Costa. Ele seria o responsável por conseguir os números das vítimas e coordenar a equipe dos golpes.

Em uma operação durante a investigação do caso, a polícia encontrou na casa de outro participante, Alexandre Rangel Macedo, cerca de R$ 400 mil em espécie. Alexandre e Rafael ainda contavam com a ajuda das esposas para realizar os saques do dinheiro roubado. No total, a polícia de Sorocaba cumpriu dez prisões temporárias, e parte do grupo localizado responderá pelos crimes em liberdade.

Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção de Fraudes da FEBRABAN, alerta que nenhum banco solicita por telefone informações como agência, conta e senha. “Desligue imediatamente. Se as pessoas fizerem isso, ninguém cai em golpe”.