Irmão de Wilson Witzel é preso em Jundiaí por posse ilegal de arma

O irmão do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, Douglas Renê Witzel, foi preso na manhã desta quinta-feira (22) por posse ilegal de armas, em Jundiaí. Douglas é sargento da Polícia Militar e foi alvo da Operação Rebote, feita pelo Ministério Publico Estadual e pela Corregedoria da PM.

Após uma investigação ter identificado o envolvimento de policiais militares em furtos de caixas eletrônicos, foi feito um mandado de busca e apreensão pela Justiça Militar. De acordo com o boletim de ocorrência, Douglas era o superior hierárquico dos policiais.

Segundo informações do G1, quando as equipes chegaram ao local da realização das buscas, foram atendidas pelo próprio sargento. Na casa de Douglas, foi encontrado um revólver calibre 38, com a numeração raspada e municiado com seis cartuchos intactos, além de um simulacro de pistola, uma munição íntegra calibre 32 e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibres 380, 38 e 40.

A arma e as munições estavam em um guarda-roupa, no qual também estavam guardadas as coisas da PM a ele pertencentes. O sargento alegou que não sabia que o revólver estava no local e que a arma seria do sogro dele, já falecido. O sargento Witzel foi levado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) com todos as munições que foram apreendidas.

Na delegacia, ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso proibido, uma vez que, apesar de ser de calibre permitido, o revólver estava com a numeração suprimida, o que torna o armamento de uso proibido.

Em nota a PM disse que “A instituição esclarece que operações dessa natureza são decorrentes do objetivo institucional de depuração interna, mantendo o efetivo da Polícia Militar dentro das linhas da legalidade e da disciplina que norteiam a corporação”. Douglas será transferido para o presídio militar Romão Gomes, na capital paulista.

Wilson e o irmão Douglas Witzel (Foto: Reprodução G1 – Facebook/Reprodução)

Operação Rebote

A operação recebeu o nome de Rebote por ter iniciado a investigação de integrantes que permaneceram no crime organizado após a Operação Macuco ter sido deflagrada, em agosto do ano passado.

Foram cumpridos pelo menos oito mandados de prisão e de busca e apreensão contra o crime organizado e o tráfico de drogas, em cidades de São Paulo, nesta manhã. A força-tarefa investiga a atuação de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. As investigações começaram em setembro de 2020 e apontaram que a maioria dos investigados ocupava funções de liderança regional e estadual na facção e no tráfico de drogas das respectivas cidades, segundo informações Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

No total, foram expedidos pela Justiça 18 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Na região de Campinas (SP), foram cumpridas ordens em Itapira (SP), Mogi-Mirim (SP), Mogi Guaçu (SP), Estiva Gerbi (SP), Valinhos (SP) e Indaiatuba (SP). Além dos municípios, a Promotoria e a Polícia Militar também fizeram diligências em Várzea Paulista (SP) e Jundiaí. Já pela Corregedoria da Polícia Militar, houve expedição de dois mandados de prisão para policiais militares e 13 de busca e apreensão, na região de Jundiaí.

Em Jundiaí

Na região de Jundiaí, a operação apreendeu armas, drogas, cerca de R$ 60 mil em dinheiro, celulares, eletrônicos, diversos objetos e documentos que serão usados na investigação. Cinco pessoas foram presas durante o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão.

Agora o Ministério Público tem 30 dias para encerrar as investigações, ouvindo os suspeitos e examinando os materiais apreendidos para apresentar a denúncia à Justiça. Os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver.

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