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Foto: Reprodução/Facebook

Na noite desta quarta-feira (10), a Justiça decidiu que o policial bolsonarista, Jorge Guaranho, acusado por matar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, ficará preso em seu domicílio, com tornozeleira eletrônica. Guaranho recebeu alta nesta quarta do Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu e foi levado para Penitenciária Estadual de Foz 2.

A defesa pediu para que Guaranho ficasse preso em casa, mediante dos cuidados médicos necessários. O pedido foi atendido pelo Juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, que além de atender pelo motivo citado, considerou, também, que o sistema penal não possuía estrutura para abrigar o preso. O policial será monitorado por tornozeleira eletrônica e que só poderá sair de casa em caso de necessidade médico-hospitalar.

Antes Arguello tinha determinado que Guranho, ao receber alta, fosse transferido para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. No entanto, a penitenciária informou não possui estrutura para receber o preso.

Diante da resposta de que unidades prisionais ou o CMP não têm condições de prestar o atendimento médico necessário ao preso, o juiz determinou a prisão domiciliar, “sem desprezar a prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria e, sequer, a gravidade do suposto delito pelo qual o requerente está sendo processado”.

Fora isso, o magistrado criticou a demora do Estado para informar não ter condições de abrigar Guaranho. “Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar tempestivamente a sua inaptidão. Criou-se, com tal demora, uma situação teratológica que estarrece: o réu encontra-se em alta hospitalar (aparentemente desde o início da tarde deste dia), todavia, não está inserido em nenhuma unidade prisional”, destaca o juiz.

Prisão domiciliar pode ser revista

O juiz determinou que Guaranho ficará em casa “até que seja possível eventual remanejamento do réu para estabelecimento adequado, ainda que em outro Estado da Federação”.

No despacho, o magistrado pede que o Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen) seja notificado a pedir uma vaga para Guaranho no sistema prisional federal.

Réu por homicídio duplamente qualificado

O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), é acusado de homicídio duplamente qualificado após matar a tiros Marcelo Arruda, em sua própria festa de aniversário que tinha como tema o PT.

O crime que ocorreu em 9 de julho, de acordo com o Ministério Público não teve motivação política. Ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou e também atingiu o policial.

Advogado diz que Guaranho perdeu a memória

Guaranho ainda não foi ouvido no processo. Os promotores esperavam ele receber alta para ouvir a versão do policial sobre o caso. Contudo, de acordo com o advogado Luciano Santoro, da defesa do policial, Guaranho não se lembra da noite do crime pois perdeu a memória após receber agressões depois de atirar em Arruda.

O advogado afirma que Guaranho, em cinco minutos e 35 segundos, recebeu cerca de 24 chutes no rosto e outros no tórax e na perna baleada. Santoro afirma ainda que essas imagens estão no processo, mas não foram tornadas públicas.

Outro inquérito investigará as agressões recebidas. Os autores já foram identificados e ouvidos.

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