Conselheira investigada por omissão em caso de bebê morto renuncia ao cargo; CPI da Câmara de Jundiaí amplia investigação
Foto: Divulgação/Polícia Civil

A cidade de Jundiaí (SP) segue abalada pelo caso da morte da bebê Maria Luiza, de apenas um ano e três meses. A menina faleceu no dia 25 de setembro, após ser internada no Hospital Universitário (HU) com sinais de maus-tratos. Desde então, o caso vem sendo investigado por diferentes frentes.

Conselheira de Jundiaí renuncia, mas segue investigada

Na última terça-feira (21), uma conselheira do Conselho Tutelar 3 de Jundiaí formalizou sua renúncia ao cargo, segundo o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Apesar de alegar motivos de saúde para deixar a função, ela continuará sendo alvo das investigações que apuram possível omissão na proteção da criança.

CPI Maria Luiza: Câmara implanta ofícios e canal de denúncias

Paralelamente às investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, a Câmara Municipal de Jundiaí instaurou a CPI “Maria Luiza” para apurar eventuais falhas dos órgãos públicos. A segunda reunião da comissão ocorreu também na terça-feira (21), com liderança do vereador Romildo Antônio e relatoria da vereadora Mariana Janeiro.

Durante o encontro, os vereadores decidiram que diversos órgãos e entidades receberão ofícios solicitando informações relevantes. Além disso, criaram um canal de denúncias exclusivo no site da Câmara para receber relatos ligados ao caso. A comissão é composta por 11 vereadores e se reunirá semanalmente.

A CPI deverá enviar ofícios ao HU, à Polícia Civil, ao Ministério Público, à UGADS e ao Conselho Tutelar. O objetivo principal é identificar falhas na rede de proteção infantil e propor melhorias concretas para evitar novos casos semelhantes na cidade.

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Relembre o caso

A tragédia ganhou repercussão após uma médica do HU denunciar o estado da criança à polícia. Segundo o boletim de ocorrência, a bebê apresentava fraturas, queimaduras e múltiplas lesões. A polícia prendeu a mãe, de 23 anos, em flagrante por lesão corporal grave e violência doméstica.

Embora tenha declarado que chacoalhou a filha para reanimá-la, a perícia indicou agressões recorrentes desde fevereiro. O delegado Rafael Dório, do 5º Distrito Policial de Jundiaí, classificou os atos como “quase tortura” devido à frequência e à gravidade dos ferimentos.

A perícia encontrou vestígios de sangue em vários pontos da casa da suspeita, como o berço e uma área próxima à cozinha. O depoimento da mãe continha várias contradições, inclusive quanto à mobilidade da criança.