
Nesta segunda-feira (09), uma mulher foi presa suspeita de ter assassinado a enteada de 11 anos envenenada, em Cuiabá, para conseguir herança de R$ 800 mil da criança.
De acordo com a Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), Jaira Gonçalves de Arruda, 42 anos, deu várias doses diárias de veneno para a menina durante dois meses.
Ela ministrava gota a gota a substância de venda proibida entre abril e junho deste ano, segundo Deddica. Mirella Poliane Chue de Oliveira, 11 anos, morreu em 14 de junho, após ser internada em um hospital particular da capital mato-grossense.
Inicialmente, houve suspeita de meningite, bem como de abuso sexual, mas um exame de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) descartou as hipóteses. Depois de outros exames, foram detectadas duas substâncias no sangue da vítima: uma delas veneno que provoca intoxicação ou morte.
Segundo a polícia, a substância não é encontrada em medicamentos, portanto, a ingestão por humanos somente pode ocorrer de forma criminosa.
Os sintomas são visão borrada, tosse, vômito, cólica, diarreia, tremores, confusão mental e convulsões.
Motivo do crime
O caso foi encaminhado à Deddica que, por meio de investigação, descobriu o plano de envenenamento por conta de uma herança.
A vítima tinha direito a uma indenização pela morte da mãe durante o parto, por erro médico em um hospital da capital. A ação foi movida pelos avós maternos da criança.
Após 10 anos, em 2019, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.
Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada aos 24 anos. O dinheiro começou a ser pago neste ano.
Até 2018, a menina era criada pelos avós paternos. Em 2017, a avó morreu e, no ano seguinte, o avô também faleceu. Então, a garota passou a ser criada pelo pai e pela madrasta, Jaira Gonçalves de Arruda. A partir daí, a mulher deu início ao plano de matar a criança para ficar com a indenização, segundo investigadores.
A suspeita foi ouvida após a morte da menina e contou que convive com o pai da vítima desde que ela tinha 2 anos de idade e que se considerava mãe dela.
Ela relatou que a menina começou a ficar doente em 17 de abril deste ano, com dor de cabeça, tontura, dor na barriga e vômito. As informações são do G1.