Operação Verão ‘não tem prazo ainda para acabar’, diz Derrite

O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a Operação Verão, que resultou em 28 mortes na Baixada Santista até esta terça-feira (20), não possui um prazo definido para encerrar.

As mortes registradas durante a operação ocorreram em confrontos com policiais, alcançando o mesmo número registrado na Operação Escudo, realizada na região em 2023, 23 dias antes em comparação com a operação do ano anterior.

“A operação não tem prazo determinado ainda para acabar. O retorno [do gabinete de segurança] para a capital é porque os problemas na área de segurança pública acontecem em todo o estado”, declarou o secretário durante uma visita a Sorocaba hoje (20).

Derrite justificou a mudança do gabinete para a Baixada Santista, mencionando que durante o maior momento de crise, permaneceu na região por vários dias, organizando a operação e implementando estratégias, incluindo o uso da inteligência policial.

A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista desde dezembro de 2023, sendo as fases 2 e 3 decretadas após os assassinatos do soldado PM Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos. A Secretaria de Segurança Pública informou que mais de 680 pessoas foram presas, 254 delas procuradas pela Justiça, e apreendeu quase meia tonelada de drogas, além de 79 armas ilegais.

Entretanto, a Defensoria Pública de São Paulo, junto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, solicitou à Organização das Nações Unidas (ONU) na última sexta-feira (16) o fim da operação policial na região e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares.

O ouvidor das polícias do estado, Claudio Aparecido da Silva, destacou que a ação dos policiais na Operação Verão tem sido conduzida com “desrespeito à vida humana”, citando violações de direitos humanos. Derrite rebateu, chamando essas declarações de “falsas narrativas”, confiando nos laudos periciais dos médicos legistas e na conduta dos policiais.

“Nós confiamos nos policiais da Polícia Militar, da Polícia Civil do estado de São Paulo. E a população confia em nós, então a gente vai continuar combatendo o crime organizado independente dessas falsas narrativas que não encontram embasamento com a realidade”, concluiu Derrite.