
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido nesta terça-feira (7), em Jundiaí, pela Polícia Federal, em uma gráfica, durante a Operação Bancarrota, que investiga o suposto superfaturamento de R$ 130 milhões em impressão de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) apontou que a contratação da Valid foi escolhida para imprimir as provas do Enem, em 2019, teria ficado em terceiro lugar na licitação, e foi fraudada.
O superfaturamento seria de R$ 130 milhões entre os anos de 2010 e 2019, valor sequestrado judicialmente da Valid e da RR Donnelley. Os erros nas licitações foram encontrados em uma auditoria feita pela CGU há dois anos. Além da gráfica de Sorocaba, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Votorantim, Vinhedo e Santos.
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Os crimes apontados pela Polícia Federal são organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro. Com penas que ultrapassam 20 anos de prisão. Os nomes dos servidores envolvidos na operação não foram divulgados.
A empresa Valid afirmou que cumpre as leis e que está totalmente à disposição para continuar colaborando com a apuração dos fatos. Até o momento, a gráfica RR Donelley e o Inep não retornaram com um posicionamento.
De acordo com a PF, servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) favoreceram empresas em contratos milionários. Os alvos são a multinacional RR Donnelley e a gráfica Valid. A Associação dos Servidores do Inep afirmou ser a favor da apuração da suspeita de irregularidade envolvendo o instituto.
A PF investiga crimes contra a lei de licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ao todo, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo.