Racismo no Colégio Domus Sapiens. (Foto: Divulgação)
Racismo no Colégio Domus Sapiens. (Foto: Divulgação)

O 7º Distrito Policial de Jundiaí (SP) abriu nesta terça-feira (24) um inquérito depois que a família de uma menina negra de 10 anos registrou boletim de ocorrência contra a escola por ela ter sido tampada em uma propaganda nas redes sociais da unidade.

De acordo com o delegado Antônio Dota Júnior, o pai da estudante, os donos da escola e a agência contratada para a administração da rede social da unidade serão ouvidos para ser verificada a situação por todas partes do caso. As oitivas devem começar ainda nesta semana.

De acordo com o boletim de ocorrência, o pai da aluna relatou no plantão policial que estava na casa de amigos quando a filha viu a publicação no perfil do Colégio Domus Sapiens na rede social. O anúncio publicitário tinha quatro meninas, sendo três brancas e a garota negra.

Na arte, havia o texto “Importante na escola não é só estudar, é também criar laços de amizade e convivência – Paulo Freire”.

Segundo o pai, a família recebeu mensagens de indignação pela publicação. No entanto, a escola foi informada pelos parentes da aluna e a publicação foi retirada.

Uma nova foto foi repostada sem a arte e com todas as meninas. O delegado deve ouvir os envolvidos nos próximos dias.

[tdj-leia-tambem]

Em nota, o colégio explicou que a ocultação da imagem da aluna em questão não foi propositalmente escolhida por critério racial, mas pelo critério geral de posicionamento da caixa de texto nas fotos divulgadas sequencialmente na rede social. Veja na íntegra abaixo a nota do colégio ao G1.

“Ao contrário da interpretação dada pelos usuários em questão e das injuriosas acusações, na data de 20/11/2020 a Agência de Publicidade contratada pelo Colégio elaborou ao todo 41 postagens, em pacote, sendo que em praticamente todas as postagens feitas naquela oportunidade, o lado escolhido para a colocação da caixa de texto é justamente o lado direito da foto, se sobrepondo aos rostos de muitos outros alunos, em outras fotos, inclusive, alunos brancos, com o intuito de seguir um padrão estético na diagramação da publicidade (já que as fotos seriam lidas em sequência).

Ou seja, analisado o conteúdo da publicidade feita naquela data, não sobreleva qualquer dúvida de que a ocultação da imagem da aluna em questão, não foi propositalmente escolhida por critério racial, e sim, pelo critério geral de posicionamento da caixa de texto nas fotos divulgadas sequencialmente na rede social.

O colégio, ao longo de uma trajetória dedicada à inclusão social e à censura de toda e qualquer prática discriminatória, apoia decisivamente as ações visando coibir o racismo e a disseminação de propagandas de ódio e violência. essa é a nossa missão perante a comunidade e na formação de nossos alunos.”