Polícia investiga caso de idosa que pode ter sido velada viva
Polícia investiga caso de idosa que pode ter sido velada viva

A família de Rosaura Vaz, de 80 anos, que foi velada por cerca de oito horas até ser levada de volta ao hospital, após seus familiares suspeitarem que ela estava viva, espera por respostas sobre o ocorrido. 

O caso aconteceu na manhã da última terça-feira (20), em Bagé, fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. 

“Achei, que levando para o pronto-socorro, ela iria ressuscitar. Todo mundo ficou eufórico. Ali me causou alegria”, disse Jesus Alberto Chaves, um dos filho de Rosaura. 

A família, que havia feito uma visita à idosa, ficou surpresa com a morte dela, na noite de segunda-feira (19). “Estive horas antes (da morte) com a minha mãe. Ela estava super bem, com alta prevista para o dia seguinte, fazendo planos para sair. Até conversei de fazer um churrasco”, afirma. 

Poucas horas depois da visita, a família foi avisada de que ela havia falecido. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal e, depois, levado à sala funerária, onde iniciou o velório, no começo da madrugada de terça-feira (20). 

“Eu fiquei um bom tempo tocando na mão dela, e começou a suar. Como a gente não entende nada de medicina… só que passaram-se horas, estava fria noite, tinha ar-condicionado, e ela com o corpo quente, o rosto corado. A gente achou estranho”, descreve Jesus. 

Foi neste momento, sete horas depois do início do velório, que o filho afirma que a família decidiu conferir se Rosaura estava de fato morta. 

“Minha irmã trouxe o aparelho de pressão e deu 12 por sete. Fez de novo a medição, e chamamos o médico. Ele demorou 40 minutos para chegar. Olhou as pupilas, e não tinha dilatado, não disse mais nada. Deu as costas e chamou a ambulância. Depois, levou para dentro do pronto-socorro”. 

O filho relata que, quando chegaram ao pronto-socorro, não tiveram mais contato com a mãe. Quando foi permitida a entrada, minutos depois, mostraram os aparelhos e afirmaram que ela estava morta.

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De acordo com a família, Rosaura tinha bronquite e foi internada com alta de ar, no dia 7 agosto, para fazer exames, ficando quase duas semanas no hospital. 

Segundo o atestado de óbito, Rosaura teve uma parada respiratória, em decorrência de um cisto cerebral, às 00h24. O enterro, que estava programado para às 17h, ocorreu às 22h. 

“Nós só queremos resolver isso, o que realmente aconteceu com ela. Estava muito bem. Velamos ela duas vezes. É doloroso o que a gente sofreu”, lamenta.

Polícia investiga necropsia 

A Polícia Civil de Bagé aguarda o resultado da necropsia feita pelo legista do Instituto Geral de Perícias para esclarecer a hora exata da morte. 

De acordo com o delegado Luís Eduardo Sandim Benites, o médico solicitou o boletim de atendimento à Santa Casa, mas o hospital não entregou. Um pedido judicial foi feito para que o hospital libere o documento. 

O hospital não se manifestou sobre o caso e negativa do documento do legista do IGP. 

Fonte: G1