Uma médica de 41 anos foi presa na noite de domingo (22) após um episódio de violência durante missa em igreja de Jundiaí (SP). De acordo com o boletim de ocorrência, ela teria se irritado com os sons emitidos por uma criança de apenas dois anos e, em reação, utilizou spray de pimenta contra a menina e seus pais.
O incidente aconteceu durante a celebração na tradicional Catedral Nossa Senhora do Desterro e causou pânico entre os fiéis.
A criança teve uma crise severa de tosse, vômitos e irritação nos olhos. Os pais também foram atingidos, caíram no chão devido à inalação do gás e precisaram de atendimento. O produto químico se espalhou pelo ambiente e também afetou outras pessoas que participavam da missa.
Após o tumulto, a mulher deixou a igreja e tentou entrar em um carro, mas foi cercada por populares revoltados com a agressão. A Guarda Civil Municipal de Jundiaí (GMJ) foi acionada e conteve a situação.
A menina foi socorrida com urgência, recebeu medicação e segue em recuperação. A autora do ataque foi detida e deve passar por audiência de custódia ainda nesta segunda-feira (23). O caso foi registrado como lesão corporal e está sendo investigado pelas autoridades.
Em nota oficial, a Diocese de Jundiaí manifestou repúdio à atitude da médica, destacando que, além de gerar tumulto, a agressão representa “grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade” esperado em espaços religiosos.
Leia a nota na íntegra:
“DIOCESE DE JUNDIAÍ
NOTA OFICIAL DE REPÚDIO
“Nada é mais eficaz para promover a paz do que a justiça” (Papa Leão XIII)
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A Diocese de Jundiaí vem a público manifestar, com profunda tristeza e firmeza, seu repúdio ao lamentável episódio ocorrido na noite de 22 de junho de 2025, durante a Santa Missa na Catedral Nossa Senhora do Desterro, que afetou diretamente centenas de fiéis reunidos em oração.
Tal ato, além de provocar tumulto e interromper a celebração eucarística, constitui grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade que deve sempre reinar nos espaços sagrados. A Casa de Deus é, e deve ser sempre, um lugar de acolhimento, consolo e paz — nunca de hostilidade ou intolerância.
Inspirados nos ensinamentos da Santa Igreja, recordamos que a paz verdadeira se constrói no cotidiano com atitudes de respeito mútuo, na escuta e compaixão. A violência, em qualquer forma, jamais será um caminho legítimo para a convivência humana, muito menos quando direcionada contra os mais frágeis e inocentes.
A Diocese de Jundiaí expressa solidariedade às vítimas do ocorrido e reafirma seu compromisso inegociável com a não violência, a defesa da dignidade humana e a promoção da paz — princípios inalienáveis da fé cristã. Confiamos às autoridades civis a devida apuração dos fatos e a tomada das providências cabíveis, com respeito ao devido processo e à verdade.
Rezamos para que este triste episódio desperte em nossa sociedade um renovado compromisso com a paz, a tolerância e o cuidado mútuo. Que, sob o olhar de Nossa Senhora do Desterro, aprendamos a desterrar de nossos corações tudo o que gera divisão, medo ou dor — e a cultivar os frutos do Evangelho: o amor, a paz e a misericórdia.
Jundiaí, 22 de junho de 2025.
Dom Arnaldo Carvalheiro Neto
Bispo Diocesano de Jundiaí”.
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