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O Comitê de Pessoas da Petrobras tinha em mãos pareceres contrários às nomeações do consultor Adriano Pires e de Rodolfo Landim (presidente do Flamengo) para a presidência da empresa e para a chefia do Conselho de Administração da estatal, respectivamente, segundo fontes do governo. Landim e Pires foram avisados desses pareceres e, então, decidiram desistir de ocupar os postos. De acordo com a colunista do GLOBO, Malu Gaspar, Adriano Pires comunicou nesta segunda-feira (4) ao Palácio do Planalto sua decisão.

Segundo o Yahoo, o Comitê de Pessoas da Petrobras iria se reunir nesta terça-feira (5) para decidir sobre as nomeações. Era necessário o aval desse colegiado para que ambos pudessem assumir os postos.

Esse comitê, porém, tem pareceres contra as duas nomeações, especialmente a de Pires, por supostos conflitos de interesses. Esse parecer é decorrente de uma investigação conhecida internamente como Background Check de Integridade (BCI).

O BCI, segundo a Petrobras, é um mecanismo “de suporte à tomada de decisão, que visa aumentar a qualidade das nomeações, sem prejuízo da meritocracia, por meio de um processo de análise de integridade de candidatos indicados pela Petrobras para atuar em funções gratificadas na companhia e posições na alta administração em Participações Societárias da Petrobras, respeitando a legislação vigente em cada país no que tange à proteção da privacidade e acesso à informação”.

Como um dos consultores mais requisitados do país em assuntos de energia, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pires contrariou vários pontos das propostas defendidas pelos auxiliares de Paulo Guedes.

Integrantes da equipe econômica afirmam que ele foi um dos principais articuladores contra a aprovação do Novo Marco do Gás, proposto em 2019 pelo ministro Paulo Guedes e só aprovado dois anos depois. Guedes dizia que, com esse programa, iria dar um “choque de energia barata” para a indústria e os consumidores.

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Na sexta-feira (1), o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com pedido de liminar na Corte para impedir que Pires assuma o comando da Petrobras antes que seja feita uma investigação “em profundidade” por parte das autoridades competentes para apurar eventual conflito de interesse.

Na representação, o subprocurador-geral Lucas Furtado destaca que Pires é dirigente de uma empresa de consultoria que presta serviço a várias empresas do setor de óleo e gás há mais de 20 anos.

“Tendo em vista sua atuação na iniciativa privada, a lançar dúvidas sobre a possibilidade ética e legal de vir a assumir a presidência da Petrobras”, afirmou Furtado.