Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Marcos Corrêa/PR

Grupos a favor do presidente, Jair Bolsonaro, autor de repetidas declarações de ameaças à realização das eleições de 2022 e de ataques aos outros Poderes, mantêm pelo menos nove contas bancárias para financiar atos em 7 de setembro em apoio ao governo atual. Bancar a organização de manifestações é legal no regime democrático, no entanto, quando o objetivo é praticar algum crime, a organização logística disso é considerada ilícita.

Os apoiadores do presidente dizem que as manifestações são democráticas e não visam a um golpe de Estado. Já a oposição de Bolsonaro afirma o contrário, já que ao menos um dos movimentos que organizam as manifestações pede a destituição de ministros da Corte, já defendeu a violência contra autoridades públicas e promove a paralisação de caminhoneiros pelo país.

O UOL localizou as contas em pesquisa em grupos de militantes e em redes sociais. A maioria delas recebe recursos com chave Pix. Um grupo possui método de arrecadação por bitcoins, com campanha do sobrinho de Bolsonaro. Outro grupo, o Nas Ruas, possui financiamento por meio do Paypal, que permite obter dinheiro a partir do exterior.

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Em 20 de agosto, foi bloqueada pelo Supremo uma outra conta, ligada ao Movimento Sete de Setembro e ao caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão. Na avaliação da PGR (Procuradoria-Geral da República), os militantes planejavam atos de violência, como invasão ao STF e ao Congresso. O grupo de Trovão divulgou mais contas para levantar dinheiro na semana passada.

O advogado dele, Levi Andrade, disse ao UOL que o protesto será pacífico, que a arrecadação é legal e que a abertura da nova conta foi feita por Luís Antônio Mozzin, empresário do cantor Sergio Reis, alvo de busca e apreensão pela polícia. O movimento perdeu cerca de R$ 50 mil com o confisco determinado pelo Supremo.