Bolsonaro e ministros usam máscara em cerimônia no Palácio do Planalto
Foto: Reprodução/ Uol

Bastou o discurso do ex-presidente Lula criticando o governo atual brasileiro, para que o presidente Jair Bolsonaro aparecesse usando máscara e retomasse o discurso à favor da vacina contra a Covid19. Sem citar o nome de Lula, Bolsonaro falou em “responsabilidade” e defendeu a atuação de seu governo na pandemia.

Na tarde desta quarta-feira (10), durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente disse que estão “incansáveis” no combate contra o novo coronavírus. A cerimônia foi organizada para sansão de projetos de lei, para destravar destravar a importação de vacinas como da Johnson&Johnson e Pfizer.

Um destes projetos autoriza o setor privado a comprar doses dos imunizantes. No entanto, todas as doses devem ser doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) até o fim da vacinação dos grupos prioritários. Depois disso, as empresas que adquiriram podem ficar com a metade das doses. Ainda assim, não será possível comercializar as doses, que devem ser aplicadas de forma gratuita.

Outra proposta sancionada pelo presidente determinou o prazo de sete dias para que a Anvisa autorize ou não o uso emergencial e temporário das vacinas que receberam o aval de outros países.

No entanto, outra decisão tomada por Bolsonaro veta um dispositivo que obrigava a União a pagar pelas doses compradas por estados e municípios. De acordo com o Planalto, não há compensação financeira.

Da água para o vinho

Na cerimônia do Palácio do Planalto, Bolsonaro e outros ministros contrariaram hábito de não usar a máscara de proteção e todos se apresentaram usando o equipamento. O presidente só retirou a máscara para realizar o discurso.

“Em junho de 2020, assinamos o primeiro acordo com a AstraZeneca. Agosto de 2020, dispensamos R$ 2 bilhões para que as vacinas chegassem da Fiocruz, totalizando 100 milhões de doses. Em dezembro de 2020, [assinamos] uma pedida provisória para que fossem dispensados R$ 20 bilhões para nossa população com vacinas”, declarou o presidente.

Bolsonaro ainda mencionou as aplicações das duas doses da vacina na mãe. “Vacinamos 100% dos idosos acima de 85 anos, entre eles a minha mãe. Até o final do ano, teremos mais de 400 milhões de doses disponíveis aos brasileiros”, afirmou.

Além disso, Bolsonaro disse que o auxílio emergencial pago em 2020 foi o “maior programa social do mundo”. Desta vez, mencionou o isolamento mas não o criticou. “A política de lockdown, o isolamento, o confinamento, visava tão somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI. Ninguém, nenhum prefeito ou governador, reclamou de falta de recursos para que tivesse hospitais, leitos de UTI e respiradores.”

[tdj-leia-tambem]

Os discursos atuais do presidente vão em contramão das suas falas anteriores. Com a chegada da Covid19 no Brasil, Bolsonaro minimizou por várias vezes a pandemia, disse que não tomaria a vacina Coronavac e ainda defendeu a não obrigatoriedade da imunização.

De acordo com o UOL, auxiliares aconselharam o presidente a reforçar o discurso da importância da vacina nesta quarta-feira, depois da crítica de Lula. No entanto, o nome do ex-presidente não foi mencionado em nenhum momento no discurso no Palácio do Planalto.

Seguindo as mesmas “dicas”, o filho primogênito do presidente, Flávio Bolsonaro, publicou no Twitter uma mensagem em que dizia que “nossa arma é a vacina”.