
Na tarde deste domingo (8), um grande grupo de bolsonaristas radicais conseguiram ultrapassar a barreira e invadir o Congresso Nacional, em Brasília. Em um ato golpista, centenas de pessoas que acampavam próximo ao local, em protesto, se uniram com caravanas que chegaram à Esplanada dos Ministérios para invadir o local.
Os atos antidemocráticos na praça dos Três Poderes são montados contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro.
Imagens mostram uma quantidade expressiva de manifestantes subindo a rampa do Congresso Nacional, contra poucos policiais que tentavam controlar a situação com gás de pimenta. De acordo com o senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente interino do Senado, à CNN Brasil, os manifestantes chegaram ao Salão Verde da Câmara dos Deputados e um grupo conseguiu invadir o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo. Na invasão, os criminosos depredaram e vandalizaram o prédio.
Força Nacional
Neste sábado (7), o ministro da Justiça, Flávio Dino(PSB), autorizou o emprego da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios até a próxima segunda-feira (9). A portaria, publicada hoje, é para “proteção da ordem pública e patrimônio público e privado” da Rodoviária de Brasília até a Praça dos Três Poderes.
O senador eleito e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil) criticou a decisão de Flávio Dino, por autorizar o uso da Força Nacional em Brasília por conta das caravanas de bolsonaristas.
Na publicação compartilhada por Moro no Twitter, um usuário afirma ter “saudade” de sua época como ministro porque “a força de segurança era usada para isolar os chefes do crime organizado em prisões de segurança máxima, para combater o tráfico de drogas e cuidar das fronteiras”.
O presidente eleito Lula não está em Brasília. Lula está em Araraquara, no interior de São Paulo, por causa das chuvas que afetaram a cidade paulista esta semana.
Invasão no STF
Por volta das 15h50, os golpistas seguiram com o ato e conseguiram invadir o Supremo Tribunal Federal. No mesmo momento, agentes da Cavalaria chegaram ao local para coibir os manifestantes do ato antidemocrático.
Ato previsível
Especialistas reforçam que o ato dos radicais já era previsto desde 2021, quando houve a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, em situação política semelhante ao Brasil agora. Mas, principalmente, nos últimos dias, quando as redes sociais de extrema direita já deixavam claro a intenção de invasão em Brasília.
Há então a questão da conivência das autoridades federais em ignorar ou não reforçar a segurança para combate ao ato.

Enquanto os terroristas invadem e destroem prédios federais da Praça dos Três Poderes, policiais são flagrados no local, de braços cruzados, e tirando fotos.
Exoneração do Secretário de Segurança
Em meio aos ataques golpistas, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, confirmou a exoneração de Anderson Torres, Secretário de Segurança Pública do DF. “Estou em Brasília monitorando as manifestações e tomando todas as providências para conter a baderna antidemocrática na Esplanada dos Ministérios. Determinei a exoneração do Secretário de Segurança DF, ao mesmo tempo em que coloquei todo o efetivo das forças de segurança nas ruas, com determinação de prender e punir os responsáveis. Também solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF à disposição do mesmo.”
Ação da PF
Por volta das 17h10 da tarde deste domingo (8), um helicóptero e agentes da Polícia Federal chegaram ao Congresso Nacional com bombas de efeito moral. Os policias tiraram alguns dos manifestantes da rampa do Planalto, e outros começaram a entrar nos prédios dos Palácios de Brasília invadidos para conter os ataques terroristas.
Intervenção Federal
Às 17h55, o Presidente Lula se pronunciou sobre os ataques e determinou Intervenção Federal no DF. Lula disse que não há precedente na história do Brasil de atos como esse, e chamou as pessoas que atacaram Brasília de “vândalos, nazistas e fascistas”.
“Todas as pessoas que estão fazendo isso serão encontradas, e serão punidas”
Lula também reforçou que o governo procurará quem financiou esses atos de intervenção antidemocrática.
Pedido de prisão
Por volta das 18h20, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu uma nota de pedido ao Supremo Tribunal Federal para a prisão em flagrante de todos os participantes dos ataques, inclusive de Anderson Torres, Secretário de Segurança do DF.
Além disso, o órgão exige determinação imediata para que as plataformas de redes sociais removam conteúdos que incitam atos de vandalismo.