Presidente Jair Messias Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR

Nesta segunda-feira (19), durante um encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse que quem votar no ex-presidente Lula nas eleições presidenciais de 2022 “merece sofrer”. Na ocasião, o presidente da República comentou sobre a anulação das condenações de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Foi 8 a 3 o placar lá. Você interprete como quiser. Agora, pelo amor de Deus, o povo que por ventura vote em um cara desses, é um povo que merece sofrer”, disse Bolsonaro.

Na última quinta-feira (15), os ministros do STF decidiram que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os processos contra Lula.

Além disso, Bolsonaro também criticou a Rede Globo, mais uma vez. “Eu fui eleito em uma situação inacreditável. E o pessoal dizia que: ‘ninguém aguentaria dois meses com a Globo batendo. Estou com dois anos e quatro meses. E não admito que chamem a Globo de lixo. Lixo é reciclável.”

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, Lula está evitando “cantar vitória” após a decisão do STF. Ainda nesta semana, a suspensão do ex-juiz Sergio Moro irá para julgamento. Assim, é possível que as sentenças sejam anuladas e também abre as possibilidades de invalidação de todas as provas dos processos.

Corrida pela presidência

Mesmo antes de o STF ter devolvido seus direitos, o ex-presidente Lula já vinha conversando com frentes da igreja católica e evangélica, que representam grande parte dos eleitores de Bolsonaro. Assim, o presidente na gestão atual tem recebido conselhos para se antecipar na articulação de reeleição, evitando o avanço de Lula.

Um dos primeiros passos de Bolsonaro foi o jantar com empresários, no início de abril. A ideia agora é reproduzir o evento a cada dois meses, incluindo diferentes perfis de empresários. Além disso, muitos destes não são apoiadores do governo Bolsonaro.

O presidente também avalia fazer um tipo de “viagem” pelos templos evangélicos e reforçar que cumprirá a promessa de indicar alguém “terrivelmente evangélico” para o Supremo. Dessa forma, Bolsonaro procura não perder apoio empresarial e manter seu público da igreja evangélica.

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