Bolsonaro gesticula durante pronunciamento público cercado por aliados
Ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração à imprensa, acompanhado de apoiadores - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Bolsonaro seja monitorado em tempo integral pela Polícia Penal do Distrito Federal. A decisão, anunciada nesta terça-feira (26), está relacionada à prisão domiciliar imposta a Jair Bolsonaro no âmbito de um inquérito por tentativa de golpe de Estado.

Risco de fuga motiva decisão judicial

Segundo Moraes, há indícios concretos de risco de fuga. A preocupação se intensificou devido às ações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que atualmente está nos Estados Unidos articulando com autoridades locais contra o Judiciário brasileiro.

O magistrado citou a proximidade do julgamento de Bolsonaro pelo Supremo, marcado para a próxima terça-feira (2), como mais um fator que eleva o risco de evasão. Em sua decisão, Moraes afirmou que a atuação internacional de Eduardo demonstra intenção de interferir no curso legal dos processos.

Vigilância discreta e permanente

A ordem determina vigilância constante na residência de Bolsonaro, realizada de maneira discreta. Moraes orienta que o monitoramento não exponha o ex-presidente nem perturbe a vizinhança. Também caberá à Polícia Penal decidir sobre o uso de uniformes e armamento.

A Secretaria de Segurança Pública do DF foi oficiada para tomar as providências necessárias, e os advogados de Bolsonaro já foram intimados.

Contexto da prisão domiciliar de Bolsonaro

Embora o julgamento por tentativa de golpe seja iminente, a prisão domiciliar foi determinada no âmbito de outro inquérito. Este investiga a suposta coação de autoridades por parte de Jair e Eduardo Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro tem buscado apoio internacional, principalmente junto ao ex-presidente Donald Trump, que recentemente justificou o julgamento como “caça às bruxas” e impôs tarifaço de 50% a produtos brasileiros.

O que vem a seguir

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem cinco dias para se manifestar sobre pendências do processo. Já o julgamento de Bolsonaro pelo STF está previsto para iniciar na próxima semana.