
Durante operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “nunca abriu um pen drive na vida” e se disse surpreso com a presença do dispositivo de armazenamento encontrado no banheiro de sua residência.
A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de investigações que envolvem o ex-chefe do Executivo.
Segundo Bolsonaro, uma pessoa havia pedido para usar o banheiro de sua casa e retornou segurando o pen drive. Ele declarou que não utiliza esse tipo de dispositivo, pois não possui sequer um laptop em casa. O ex-presidente ainda disse que irá perguntar à esposa, Michelle Bolsonaro, se o objeto é dela.
Moraes vê tentativa de extorsão à Justiça
Na mesma decisão que autorizou a operação, Alexandre de Moraes avaliou que Bolsonaro pode ter confessado uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira. A avaliação diz respeito à associação feita pelo ex-presidente entre a retirada de tarifas impostas por Donald Trump às exportações brasileiras e uma eventual anistia a ele próprio.
No dia 9 de julho, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil, alegando que Bolsonaro seria vítima de uma “caça às bruxas” e criticando o STF. Após o anúncio, Bolsonaro passou a relacionar a suspensão das tarifas à concessão de anistia. No domingo (13), afirmou que não comemorava o tarifaço, mas que haveria “paz para a economia” com a anistia. Já na quinta-feira (17), ele questionou publicamente se seria excessivo que Trump pedisse anistia, reforçando que esse tipo de medida é de competência do parlamento e que ninguém deveria ameaçar torná-la inconstitucional.
Com base nessas falas, Moraes aponta que Bolsonaro pode ter cometido os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e atentado à soberania nacional.
Medidas cautelares impostas pelo STF
Na decisão desta sexta-feira, Moraes impôs ao ex-presidente Jair Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar entre 19h e 6h e aos finais de semana, além da proibição de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros, outros réus e investigados, e de acessar redes sociais.
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