
Ao discursar, na última quinta-feira (14), na Conferência Global Millenium, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai ordenar ao Ministério de Minas e Energia que a bandeira volte ao normal. “Dói a gente autorizar o ministro Bento [Albuquerque], das Minas e Energia, a decretar a bandeira vermelha. Dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou determinar que ele volte à bandeira normal a partir do mês que vem”, disse Bolsonaro, no entanto, não detalhou qual medida vai ser adotada.
Vale lembrar que o Brasil vive a pior crise hídrica em 91 anos, sendo necessário acionar as usinas termoelétricas, o que tem encarecido a conta de luz. As bandeiras tarifárias foram criadas em 2015 e indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional gerar a energia usada nas nossas casas, em estabelecimentos comerciais e na indústria.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque voltou a dizer que o país não corre risco de racionamento de energia devido à grave crise hídrica, que o governo monitora a situação e tem tomado todas as medidas.
O coordenador do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami, disse que o presidente Jair Bolsonaro não terá como cumprir a promessa de reduzir a bandeira tarifária da conta de luz. “A bandeira atual já não cobre o custo que estamos tendo com todas as térmicas ligadas”, diz.
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“Se o recurso que está sendo coletado não é suficiente, as distribuidoras começam a entrar no vermelho. Vamos ter uma situação, nesse final de ano e começo do próximo, em que os demonstrativos financeiros das distribuidoras terão um quadro muito ruim, que vai exigir reajuste excepcional”, alertou. “Temos aumentos de vários tipos que virão com a energia elétrica e vai pesar cada vez mais no nosso bolso.”
Na avaliação de Kishinami, a crise hídrica é muito mais profunda do que admite o governo federal. “Houve um exagero no uso das térmicas. Logo no começo dessa crise hídrica, criticamos que o governo estava negando a profundidade e gravidade dela, e estava simplesmente acionando as térmicas.