Presidente Bolsonaro com a máscara no queixo
Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro fez novos ataques em relação a eficácia das vacinas contra a covid-19 em vídeo publicado, nesta quinta-feira (16), nas redes sociais. Em resposta a uma publicação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que não citava os imunizantes, o presidente compartilhou imagens de um homem chamando a vacina de “porcaria”.

No vídeo, o homem diz que os imunizantes contra a covid-19 são ineficazes porque pessoas vacinadas seguem “passando a doença” e “não estão imunes”. Estudos científicos avaliados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que nenhuma vacina protege 100% de qualquer doença, mas está comprovado que a vacinação reduz o risco de infecção, hospitalização e morte por covid-19.

As vacinas usadas no Brasil contra a covid-19 tiveram uma eficácia na população maior, em alguns casos, do que os índices alcançados no período de testes com voluntários. Segundo a avaliação do projeto Vigivac, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), as vacinas tiveram uma efetividade entre 83% a 99% para casos graves e óbitos entre as faixas etárias de 20 e 80 anos. Na população abaixo de 60 anos, essa proteção ficou acima de 85% contra risco de hospitalização e de 89% para óbito, em todos os casos. A conclusão do levantamento é que CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen são eficazes para reduzir drasticamente internações e mortes.

[tdj-leia-tambem]

Bolsonaro frequentemente ataca as vacinas contra a covid-19, inclusive, o chefe do Executivo afirma não ter se imunizado contra a doença, apesar da esposa, Michelle, e o filho Eduardo confirmarem publicamente que já estão vacinados.

Na última semana, o presidente criticou a recomendação da quarentena de cinco dias para viajantes não vacinados contra a covid-19 que quiserem entrar no Brasil. Na mesma declaração, ele voltou a defender a hidroxicloroquina para pacientes do coronavírus, mesmo após estudos apontarem que o remédio não tem eficácia contra a covid-19. “Tomei hidroxicloroquina e, se me contaminar de novo, tomo outra vez. Temos de ter respeito à autonomia do médico”, afirmou Bolsonaro.