
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu à Polícia Federal (PF), neste sábado (22), ter utilizado um ferro de solda para violar sua tornozeleira eletrônica durante a madrugada. O alarme do equipamento disparou às 0h07, acionando imediatamente a equipe de segurança do ex-presidente, conforme informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape).
PF confirma violação da tornozeleira eletrônica
O dispositivo de monitoramento foi substituído às 1h09, após confirmação da violação. Segundo os investigadores, o próprio Bolsonaro confirmou ter utilizado material de soldagem para danificar o aparelho. A atitude gerou perplexidade entre autoridades da PF, que consideraram a ação como extremamente grave e intencional.
Um relatório detalhado da Seape está em elaboração para apurar os motivos do ato. A gravidade não foi minimizada: a PF considera a conduta uma tentativa deliberada de fuga, e não um problema técnico.
Vigília convocada por Flávio Bolsonaro é vista como manobra política
Paralelamente, uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), nas proximidades da residência do ex-presidente, foi percebida como uma estratégia de mobilização política. A concentração de apoiadores poderia comprometer a segurança pública e dificultar o cumprimento das medidas judiciais.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou o conjunto dos acontecimentos para endurecer as medidas cautelares contra Bolsonaro, que passou da prisão domiciliar para a custódia na Superintendência da PF em Brasília.

Cronologia dos acontecimentos
- 21/11, 17h: Flávio Bolsonaro convoca vigília nas redes sociais.
- 21/11, 23h: PF solicita ao STF a prisão preventiva de Bolsonaro.
- 22/11, 0h08: Violação da tornozeleira é registrada pelo Centro de Monitoração Eletrônica.
- 22/11, 1h25: A PGR, por meio de Paulo Gonet, não se opõe à prisão preventiva.
- 22/11, madrugada: Moraes decreta a prisão e solicita cumprimento sem algemas ou exposição pública.
- 22/11, 6h: Bolsonaro é levado à Superintendência da PF na Asa Sul, Brasília.
Prisão preventiva e preocupação com fuga
A decisão de Moraes destaca não apenas o risco de fuga, mas também o histórico de evasão de aliados de Bolsonaro, como Alexandre Ramagem e Carla Zambelli.
O STF entende que a ação de danificar a tornozeleira eletrônica, combinada com a convocação da vigília, representava tentativa de frustrar a aplicação da lei penal.
Implicações jurídicas e políticas
Aliados de Bolsonaro consideram que o processo da tentativa de golpe está em fase final. A ação penal está nos últimos recursos, e a decisão definitiva do STF pode ser anunciada em breve. Autoridades avaliam que a vigília foi uma manobra política disfarçada de manifestação religiosa.