Após um debate de várias horas, foi aprovado na Câmara dos Deputados do Chile, nesta terça-feira (9), o julgamento contra o presidente Sebastián Piñera por seu vínculo com a polêmica venda da mineradora Dominga nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, revelada no escândalo ‘Pandora Papers’. Os parlamentares conseguiram 78 votos necessários para que a acusação que busca o impeachment do presidente do Chile avance ao Senado.

Ao concluir a defesa no plenário, o advogado do presidente, Jorge Gálvez, afirmou: “Eu peço, ilustres deputados e deputadas, que rejeitem esta injusta e improcedente acusação constitucional”

A acusação constitucional, como é conhecido no Chile este recurso que busca a destituição do presidente Piñera, foi apresentada na primeira semana de outubro pela oposição socialista e de esquerda ao governo.

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Ao destacar que no caso Dominga aconteceu uma suposta negociação incompatível com o cargo, o deputado socialista Jaime Naranjo declarou “Atuando como presidente se beneficiou (a ele) e sua família de forma direta, com as informações que tinha no exercício de seu cargo. E continuou negociando e fez subir o preço da Dominga”.

A operação aconteceu em 2010, quando Piñera estava em seu primeiro mandato como presidente. Agora, a acusação contra o presidente segue para o Senado, que aturará como júri para definir o futuro de Piñera, embora neste caso não teria os votos necessários para a destituição e sua inabilitação pelo resto da vida para assumir cargos públicos.