
A Câmara dos Deputados decidiu, na madrugada desta quinta-feira (11), manter o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O resultado no plenário somou 227 votos pela cassação, 170 contra e 10 abstenções — abaixo dos 257 votos exigidos de maioria absoluta para que o mandato fosse revogado.
A cassação seria consequência da condenação imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após Zambelli ter comandado uma invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A deputada também foi condenada em um segundo processo, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, em episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições. A sentença de 10 anos de prisão tornou-se definitiva em junho.
Como votaram os partidos
No PL, partido de Zambelli, 73 deputados votaram contra a cassação e apenas um, Icaro de Valmir (PL-SE), se posicionou a favor. Já o Novo foi a única legenda em que todos os cinco parlamentares defenderam a manutenção do mandato da deputada.
Outras siglas tiveram votações divididas:
- União Brasil: 22 votos contra e 21 a favor
- Republicanos: 17 contra e 17 a favor
- Cidadania: 1 contra e 1 a favor
- PSD: 16 contra e 11 a favor
- MDB: 12 contra e 15 a favor
- PP: 11 contra e 23 a favor
- PSDB: 1 contra e 12 a favor
- Podemos: 6 contra e 4 a favor
- Avante: 4 contra e 2 a favor
- PRD: 2 contra e 1 a favor
Todos os parlamentares de partidos como PT (65 votos), PSB (11), PDT (13), PSOL (12), PCdoB (9), Solidariedade (4), PV (2) e Rede (3) votaram a favor da cassação.
As 10 abstenções foram registradas por Benes Leocádio (União Brasil-RN), Delegado Bruno Lima (PP-SP), Fabio Macedo (Podemos-MA), Fausto Pinato (PP-SP), João Leão (PP-BA), Jorge Goetten (Republicanos-SC), Júnior Ferrari (PSD-PA), Luiz Nishimori (PSD-PR), Pinheirinho (PP-MG) e Romero Rodrigues (Podemos-PB).
Decisão contraria CCJ e gera reação
O processo passou primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprovou a recomendação de cassação por 32 votos a 2, mas a decisão do plenário acabou divergindo do parecer do colegiado.
Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, anunciou que recorrerá ao STF por meio de um mandado de segurança, argumentando que a Casa não deveria ter colocado o caso em votação, e sim decretado diretamente a perda do mandato.