
Deputados acionaram o Conselho de Ética contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro após ele debochar da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão na ditadura militar. A bancada do PSOL na Câmara pedirá a cassação de Eduardo Bolsonaro, informou o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros. “Não é possível ficar inerte diante da agressão de Eduardo Bolsonaro à jornalista Míriam Leitão”.
Nas redes sociais, a deputada Sâmia Bomfim afirmou que Eduardo e o pai, o presidente Jair Bolsonaro, devem responder pelos seus atos. “Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante”.
Na tarde desta segunda-feira (4), Eduardo Bolsonaro respondeu a um post de Miriam, no qual a jornalista diz que Jair Bolsonaro é inimigo confesso da democracia, dizendo: “Ainda com pena da cobra”.
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Míriam foi presa durante a ditadura militar e torturada com tapas, chutes e golpes que abriram sua cabeça. Além disso, teve de ficar nua em frente a 10 soldados e três agentes de repressão e passar horas trancada em uma sala com uma jiboia, a cobra citada por Eduardo Bolsonaro. Na época, a jornalista estava grávida de um mês e era militante do PCdoB.
Em contato com o UOL, os deputados do PSOL Sâmia Bomfim e Juliano Medeiros e o deputado do PCdoB Orlando Silva confirmaram que a ação contra Eduardo Bolsonaro já foi protocolada no Conselho de Ética. O documento do PSOL defende que Bolsonaro quebrou o “decoro parlamentar” e afirma que o deputado deve ser “punido com a perda do mandato”.