
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) criou e impulsionou no Google um site em que tem diversas notícias e conteúdos negativos sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), numa prática que pode ser vista como crime eleitoral.
A página, com nome de Lulaflix, foi criada no dia 30 de agosto e o domínio está registrado no CNPJ da campanha de reeleição de Bolsonaro. Porém, o site não está na lista do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como pertencente ao time do presidente.

Segundo especialistas que foram consultados pela Folha de S.Paulo, a conduta fere, pelo menos três, das regras eleitorais.
Em primeiro lugar, o artigo 57 da legislação eleitoral que aponta ser crime a “contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de qualquer candidato”.
Além disso, também configura conduta irregular realizar propaganda na internet “atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação”.
Entre outras regras que foram quebradas neste caso.
Além disso, o Google registrou que a campanha de Bolsonaro deve ter gasto entre entre R$ 10 mil e 15 mil para divulgar uma publicação do Lulaflix com o título “Dossiê sobre a vida do Lula”. O conteúdo foi exibido entre 30 e 35 mil vezes em buscas do Google.
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Na última terça-feira (13), o link com a frase “Mentiras de Lula – Não seja mais enganado” era destaque como principal conteúdo impulsionado pelo Google, ao buscar termos como “Lula PT” e “Lula Tópicos”. O link direcionava o usuário para o site “Lulaflix: Conheça a verdade sobre o ex-presidiário”.
Na página, tem diversas notícias que foram publicadas em outros sites, inclusive em veículos de imprensa, com conteúdos a respeito da campanha de Lula. Alguns textos tratam de processos que tiveram o petista como alvo na Justiça, relembram o escândalo do mensalão e resgatam reportagens antigas.