
Na noite desta quinta-feira (24), Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República, participou da sabatina do Jornal Nacional, da Rede Globo. Durante a entrevista, conduzida por Renata Vasconcellos e William Bonner, Lula falou sobre casos e propostas para o combate à corrupção, erros na gestão do governo Dilma e alianças com o Centrão, ST, PF e seu vice, Geraldo Alckmin. Separamos os principais pontos da sabatina para você ficar por dentro de tudo. Confira.
Casos de corrupção
Durante a sabatina, Lula “driblou” as perguntas dos âncoras sobre como evitará a corrupção no país em seu governo. O candidato a presidência citou, quando perguntado sobre planos para o combate à corrupção, que seu governo continuará criando mecanismos para investigações. Além disso, Lula citou que poderia escolher pessoas que “fariam o que ele quisesse”, ou criar sigilos de 100 anos “que está na moda agora”, segundo ele, mas que lutará pelas investigações do jeito certo, para condenar quem precisa ser condenado.
Quando citados os escândalos na Petrobras durante governos petistas, Lula respondeu que “você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram”. O ex-presidente disse ainda que só surge casos de corrupção em governos que permitem investigações.
Governo Dilma
Na entrevista, Bonner e Renata citaram casos de problemas no governo de Dilma Rousseff, sucessora de Lula. O candidato mencionou que em encontro recente com Rousseff, ela teria dito que se quisessem questionar sobre seu governo, que deveriam chamá-la para entrevista.
Ainda assim, Lula não poupou elogios para Dilma, mas admitiu erros na economia de seu governo. O petista falou que a ex-presidenta é uma das pessoas por quem ele tem mais respeito, mas que durante seu mandato, houve endividamento para manter políticas sociais e desemprego. De acordo com Lula, a gestão de Rousseff cometeu equívocos “na questão da gasolina”.
No entanto, o candidato defendeu Dilma, culpando os presidentes do Legislativo da época pelas dificuldades econômicas que ela encontrou em seu mandato.
Alianças, o centrão e a militância
Questionado sobre sua relação com o chamado centrão e a polarização política no Brasil, Lula destacou que o centrão não é um partido político, portanto, não há o porquê de uma aliança. Além disso, relacionou a polarização política, seu famoso bordão de “nós ou eles” e a militância da esquerda com disputas de futebol.
De acordo com ele, a polarização política acontece em toda democracia. Se há mais de um concorrente a alguma coisa, terá essa polarização. No entanto, Lula destaca que a polarização não deve ser relacionada ao ódio, e que nunca viu em disputa política o sentimento de inimigos, citando sua boa relação com políticos de outros partidos com os quais ele já disputou cargos.
O candidato também relacionou a militância de seu partido com torcidas organizadas de times de futebol: “São os que vão para a rua, levantam a bandeira”.
Aliança com cargos
Um dos destaques da sabatina ficou com as falas de Lula sobre sua relação com outros cargos dos Poderes. Ele reforçou, mais de uma vez, que não procura lealdade para si nos cargos de investigação ou qualquer outro. “Eu não quero um procurador leal a mim. Ele tem que ser leal ao povo brasileiro”.
Lula ainda criticou a governança de Jair Bolsonaro, insinuando que o presidente “parece um bobo da corte”. Segundo o candidato, as decisões importantes do governo brasileiro são tomadas por outras pessoas. “O Bolsonaro sequer cuida do orçamento. Quem cuida é o Arthur Lira. Os ministros ligam para o Lira, não para ele. Temos que acabar com essa história de semipresidencialismo no regime presidencial. O Bolsonaro parece um bobo da corte”, disse o candidato.
Lula e Alckmin
Quando Bonner questionou Lula sobre uma possível rejeição do PT ao vice escolhido por Lula, Geraldo Alckmin (PSB), o candidato à Presidência negou. De acordo com Lula, o PT já abraçou Alckmin: “Sinto até inveja.” Segundo ele, há quem sugira trazer Alckmin para o PT, mas o petista não concorda. “Ganhar credibilidade interna e externa para fazer as coisas nesse país”, disse.
Sobre economia, Lula disse que seu plano de governo será elaborado junto com os dez partidos que fazem parte de sua chapa. “Política não tem que ter ódio, a política é extraordinária para conviver.”
Na noite desta sexta-feira (25), o Jornal Nacional encerra as sabatinas entrevistando a candidata Simone Tebet.