
Empresários que atuam no ramo de eventos em Jundiaí estiveram na Câmara Municipal, nesta terça (2), para reivindicar o retorno ao trabalho e também que sejam eximidos do projeto de lei 13.305, do delegado Paulo Sérgio Martins (PSDB). A proposta, que será discutida na próxima terça (9), determina multa de R$ 9 mil para quem organizar aglomerações e eventos “desnecessários” na cidade.
O projeto foi trazido à opinião pública com exclusividade, semana passada, pelo Tribuna de Jundiaí. Colocada em urgência para discussão no plenário, dia 23, a matéria acabou adiada a pedido dos demais parlamentares para que fosse melhor discutida.
O grupo conversou com o autor do projeto e entregou um ofício, pedindo que seja especificado quem pode ou não ser afetado pela lei – caso seja aprovada pelos vereadores. De acordo com os empresários, a cidade conta com 6 mil profissionais trabalhando diretamente com eventos e que estão sem renda.
“Estamos há um ano vendo todos (os outros segmentos) trabalharem e nós parados”, comentou Evandro Silva, do Espaço e Bufett Estação Fazenda. “Enquanto isso, os eventos clandestinos estão sendo feitos, todo dia tem notícia disso”, completou.
Protocolos
O decreto do governador João Doria (PSDB), que classifica as igrejas e templos religiosos como atividades essenciais no Estado, também foi usado pelos empreendedores como motivo para poderem retomar o trabalho. “Seguimos todos os protocolos à risca, temos alvará e não vamos ocupar os espaços além do permitido. Queremos coerência para poder voltar a exercer nossas funções, somente isso”, reforçou Alexandre Martins, da empresa Alemidia.
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Anderson Camargo, do Buffet Ki-Festa, lembrou que eles representam um grupo formado hoje por aproximadamente 800 pessoas. Todos discutem diariamente a situação e querem uma posição sobre a retomada dos serviços. “Já esperamos muito tempo. Tem gente fechando (a empresa), vendendo bens para poder continuar tocando a empresa. Já esperamos muito tempo, queremos uma resposta rápida”.
Ano perdido
Eles lembraram também que 2021, para quem trabalha com eventos, já está praticamente perdido. “Nossa renda é programada sempre para a frente, porque trabalhamos com agenda de casamentos e eventos. Tem cliente que já está na quarta prorrogação de data e ainda não conseguimos definir quando poderá ser feito”, comentou Silva.
Marcos Brunholi, do Espaço Brunholi, explicou que o projeto em discussão na Câmara Municipal será bom para os empresários, porque vai coibir exatamente os eventos clandestinos. Ele também ponderou que o município segue as regras determinadas pelo Governo do Estado em relação às fases do Plano SP, mas que não podem mais ficar parados. “Quem segue todas as regras não deve ser penalizado”.