
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou um ofício à reitoria da PUC-Campinas. O motivo foi uma denúncia grave de racismo na PUC-Campinas, envolvendo o estudante Gabriel Domiciano. O jovem, negro e morador de Jundiaí, foi abordado por seguranças da universidade de forma vexatória.
Segundo Gabriel, eles duvidaram que ele fosse aluno da instituição. Por isso, o acompanharam até a sala de aula para confirmar sua matrícula com colegas e o professor. O estudante está há quatro anos na universidade. O caso ganhou repercussão nacional após ele divulgar um vídeo nas redes sociais.
Deputada vê racismo institucional e cobra medidas
No documento, Erika Hilton afirma que a abordagem revela racismo estrutural e institucional. A parlamentar critica a justificativa dada pela universidade, que classificou o ocorrido como um “procedimento padrão”.
Ela também relembra outro episódio de racismo envolvendo estudantes da PUC-SP. Durante os Jogos Jurídicos de 2024, alunos da instituição teriam ofendido estudantes da USP com frases racistas.
Até o momento, a PUC-Campinas não se retratou publicamente em seus meios. A universidade anunciou uma sindicância interna em nota, mas não forneceu nenhuma atualização.
Centro de Estudos da universidade é criticado por estudantes
A PUC-Campinas tem mencionado, em comunicados institucionais, o seu Centro de Estudos Africanos e Afro-brasileiros. Segundo a universidade, o espaço é uma referência para tratar questões raciais.
No entanto, estudantes afirmam que o centro não funciona como um canal real de escuta e acolhimento. Para eles, o local é ineficaz na mediação de conflitos raciais.
Erika Hilton questiona protocolos e ações da universidade
No ofício enviado à reitoria, Erika Hilton apresenta questionamentos diretos sobre o caso de racismo na PUC-Campinas. Entre eles, destacam-se:
- Quais são os protocolos usados em abordagens envolvendo estudantes negros?
- Há equipes capacitadas para lidar com denúncias de racismo?
- A vítima tem acesso a apoio psicossocial?
- A sindicância será imparcial, mesmo com vínculos entre funcionários e envolvidos?
- Quais ações estruturais vêm sendo adotadas contra o racismo?
Para a deputada, a responsabilidade da universidade é clara:
“As universidades não podem se isentar do dever legal e moral de proteger seus estudantes e promover um ambiente verdadeiramente seguro e inclusivo. Racismo não é procedimento padrão — é crime”, declarou.
Gabriel: “Não falo só por mim”
Gabriel Domiciano segue mobilizado por justiça e transformação. Em sua fala, ele reforça que o problema vai além do seu caso:
“O apoio da Deputada Erika Hilton fortalece a luta por dignidade, reconhecimento e respeito. Não falo só por mim, mas por todos os estudantes negros que enfrentam olhares de desconfiança todos os dias”.
Caso segue em investigação e pode gerar ações judiciais
O caso de racismo na PUC-Campinas continua em acompanhamento por órgãos públicos. Dependendo da apuração, pode haver desdobramentos judiciais.
O Tribuna de Jundiaí entrou em contato com a instituição e aguarda resposta.
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