
O Facebook anunciou ontem (8) a remoção de uma rede de contas e páginas, tanto na rede social quanto no Instagram, ligadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a gabinetes da família Bolsonaro.
Todas estas contas estavam envolvidas com a criação de perfis falsos e com “comportamento inautêntico”, ou seja, quando um grupo de páginas e pessoas atuam para enganar outros usuários, segundo o Facebook.
Investigações da rede social encontraram ligações de pessoas associadas ao PSL e a alguns dos funcionários nos gabinetes do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do presidente Jair Bolsonaro, e também de Anderson Moraes e Alana Passos, deputados estaduais (PSL-RJ).
O Facebook divulgou que 35 contas, 14 páginas e 1 grupo no Facebook foram removidos, além de 38 contas no Instagram. A rede social ainda divulgou que US$ 1,5 mil foram gastos em anúncios por essas páginas, pagos em real.
Contas divulgavam meme políticos, críticas à oposição, organizações de mídia e jornalistas, além de informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus e discursos de ódio.
“A atividade incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de páginas fingindo ser veículos de notícias”, disse o Facebook em comunicado.
O grupo ainda usava uma combinação de contas duplicadas e falsas para evitar a aplicação de políticas da plataforma.
Posicionamento dos envolvidos
As assessorias dos parlamentares e partidos envolvidos enviaram ao ‘G1’ notas de esclarecimentos. Confira:
Nota do PSL
“A respeito da informação que trata da suspensão de contas do Facebook de alguns políticos no Brasil, não é verdadeira a informação de que sejam contas relacionadas a assessores do PSL, e sim de assessores parlamentares dos respectivos gabinetes, sob responsabilidade direta de cada parlamentar, não havendo qualquer relação com o partido.
Ainda, o partido esclarece que os políticos citados, na prática, já se afastaram do PSL há alguns meses com a intenção de criar um outro partido, inclusive, tendo muitos deles sido suspensos por infidelidade partidária. Ainda, tem sido o próprio PSL um dos principais alvos de fake news proferidos por este grupo.”
Nota da assessoria do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ)
“O governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio popular nas ruas e nas redes sociais e, por isso, é possível encontrar milhares de perfis de apoio. Até onde se sabe, todos eles são livres e independentes.
Pelo relatório do Facebook, é impossível avaliar que tipo de perfil foi banido e se a plataforma ultrapassou ou não os limites da censura.
Julgamentos que não permitem o contraditório e a ampla defesa não condizem com a nossa democracia, são armas que podem destruir reputações e vidas.”
Nota da assessoria da deputada Alana Passos (PSL-RJ)
“Em nenhum momento fui notificada pelo Facebook sobre qualquer irregularidade ou violação de regras das minhas contas, que são verificadas e uso para divulgar minha atuação como parlamentar e posições políticas. Quanto a perfis de pessoas que trabalharam no meu gabinete, não posso responder pelo conteúdo publicado. Nenhum funcionário teve a rede bloqueada por qualquer suposta irregularidade. Estou à disposição para prestar qualquer esclarecimento, pois nunca orientei sobre criação de perfil falso e nunca incentivei a disseminação de discursos de ódio”.
Nota da assessoria do deputado Anderson Moraes (PSL-RJ)
“Tenho um perfil verificado, que não sofreu bloqueio ou qualquer aviso de ter violado qualquer regra da rede. Mas excluíram a conta de uma pessoa que trabalha no gabinete, uma pessoa com perfil real, não é falsa. A remoção da conta foi absurda e arbitrária, porque postava de acordo com ideologia e aquilo que acreditava.
O Facebook em nenhum momento apontou o que estava em desacordo com as regras. Qual motivo excluíram? Falam em disseminação de ódio, mas será que também vão deletar perfis de quem desejou a morte do presidente?
O governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio nas redes sociais, perfis livres. Querem tolher a principal ferramenta da direita de fazer política. Estão atentando contra a liberdade de expressão e isso contraria princípios democráticos.”
Com informações do portal de notícias ‘G1’.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		