
Afastado desde abril deste ano, o deputado estadual Fernando Cury foi eleito, no último domingo (15), membro do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente do Estado de São Paulo (Condeca-SP) para um mandato de dois anos, entre 2021 e 2023. O Condeca-SP é um colegiado consultivo composto por 40 conselheiros (20 titulares e 20 suplentes) que participam da elaboração das políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente com o governo estadual. Os integrantes são eleitos todos pela sociedade civil.
Cury foi exonerado do mandato da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por seis meses, após ter sido acusado de importunação sexual ao passar a mão no seio da deputada Isa Penna no plenário da Casa. Em decisão inédita, o plenário da Alesp suspendeu o mandato dele por 180 dias, empossando o suplente, Padre Afonso, até outubro, quando Cury pode voltar a exercer o mandato parlamentar.
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O deputado também foi denunciado pelo procurador-geral de São Paulo, Mario Luiz Sarrubo, pelo mesmo crime de importunação sexual, em abril. A Justiça ainda não aceitou a denúncia contra o parlamentar, segundo o Ministério Público de São Paulo, e segundo o Tribunal de Justiça, a denúncia do MP ainda não foi avaliada pela Justiça porque o deputado estadual precisa apresentar a defesa prévia dele antes e ainda não fez isso.
O advogado Ariel de Castro, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, criticou a votação que elegeu Fernando Cury. Ele já foi conselheiro do Condeca e do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente). “Existem duas incompatibilidades no caso dele, que deveriam impedi-lo de ser conselheiro do Condeca. A acusação de importunação sexual contra a colega deputada e por ser deputado estadual, mesmo atualmente afastado. Ele como detentor de um mandato parlamentar, não poderia representar uma entidade da sociedade civil no Conselho”, falou o advogado.