Governo Bolsonaro libera passaporte diplomático ao pastor Valdemiro Santiago
(Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR)

O Ministério das Relações Exteriores concedeu passaporte diplomático a dois membros da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago de Oliveira, e sua esposa, Franciléia de Castro Gomes de Oliveira. 

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (09) no Diário Oficial da União (DOU). Segundo o ato, o Itamaraty libertou o documento, com validade de 3 anos cada, “por entender que, ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior”. 

Recentemente, o chanceler Ernesto Araújo assinou portaria autorizando passaportes diplomáticos ao pastor Romildo Ribeiro Soares, o R.R. Soares, e sua esposa, Maria Magdalena Bezerra Ribeiro Soares, ambos da Igreja Internacional da Graça de Deus, e também ao proprietário da Rede Record e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e sua mulher, Eunice Bezerra. 

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O pastor Santiago e sua esposa já haviam recebido um passaporte político em 2013, durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em setembro de 2016, a Justiça Federal de São Paulo ordenou que ambos devolvessem os documentos, por considerar que o Itamaraty “não apresentou a necessária justificativa, vinculada ao atendimento do interesse do país, quando da expedição da portaria”. 

Ainda no mesmo ano, R. R. Soares e sua esposa também obtiveram o passaporte especial, mas logo depois o documento foi suspenso pela Justiça, que considerou que a concessão representava “desvio de finalidade” e “mero privilégio”. 

Vantagens do passaporte diplomático

O passaporte diplomático dá ao seu portador privilégios como atendimento preferencial em postos de imigração e isenção de visto em alguns países. 

Um decreto de 2006, assinado pelo então presidente Lula, lista 12 classes de autoridades que têm direito ao passaporte diplomático, como o presidente da República, membros do Congresso Nacional, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e militares a serviço em missões da ONU, mas não líderes religiosos. 

No entanto, a legislação abre brecha para que o ministro das Relações Exteriores conceda passaporte diplomático a outras pessoas “em função do interesse do país”, dispositivo que vem sendo utilizado na concessão do documento a líderes evangélicos. 

Fonte: Estadão