Devolução do auxilio emergencial
Foto: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Segundo uma alta fonte do governo federal garantiu que as conversas referindo-se à prorrogação do auxílio emergencial irão ser retomadas, já que o benefício termina no fim do mês. Integrantes da ala política defendem a ideia de aumentar o valor, que hoje varia entre R$150 a R$375, e prorrogar o benefício até o fim de 2022. O objetivo é evitar que o benefício termine antes das eleições, para assim tentar dar um fôlego eleitoral à disputa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Nessa conjuntura, alguns integrantes do governo defendem até um aumento do valor do benefício para algo em torno de R$400 a R$500.

O maior problema é que, segundo a equipe econômica, a decisão aceleraria ainda mais a inflação, que já está na casa dos dois dígitos. “A inflação vai continuar subindo. Aí, quem pegar o país vai pegar todo complicado. É incrível a falta de patriotismo, de responsabilidade de quem está defendendo. Na verdade vai ser ruim para todo mundo, vai ser ruim para o governo, vai ser ruim para o Brasil, vai ser ruim para todo mundo”, afirma fonte.

A prorrogação é vista por outra importante fonte como  “uma saída que os políticos gostam mais, mas não é o mais responsável”, olhando de acordo com as contas públicas. O argumento é para lembrar que a prorrogação do auxílio emergencial seria por meio do Orçamento de Guerra, fora do teto de gastos públicos.

O ministro Paulo Guedes tem defendido a ampliação do Bolsa Família, que passaria a se chamar Auxílio Brasil. O governo já tem os recursos para pagar o benefício com o reajuste neste ano. O novo Bolsa Família iria dos atuais R$190, em média, para R$300, e o número de famílias saltaria para 17 milhões de pessoas. Só que o Auxílio Brasil depende do Congresso, não é possível lançar o programa social sem a definição dos recursos para o ano que vem. 

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Essa medida depende da aprovação de duas propostas: mudanças no pagamento de precatórios, que são as dívidas judiciais do governo, e reforma do Imposto de Renda, que cumpre a regra de apontar uma nova fonte de recursos para a despesa.

O impasse coloca em lados opostos ministros como Fábio Faria (das Comunicações), Rogério Marinho (do Desenvolvimento Regional), Ciro Nogueira (da Casa Civil) e Paulo Guedes (da Economia), que tem dito nos bastidores que está decepcionado. Guedes acredita que tem o apoio de Bolsonaro e de Arthur Lira (presidente da Câmara) para continuar no Plano A, que consiste em aprovar as medidas e lançar a reformulação do Bolsa Família sem prorrogar o auxílio emergencial.

Neste caso, é importante saber que o Auxílio Brasil depende da aprovação de mudanças nos precatórios e da reforma do Imposto de Renda, que passa por resistência no Senado. Com o prazo apertado, aumentam as chances de prorrogação do auxílio emergencial, e as conversas nos próximos dias serão decisivas para saber o caminho que o governo vai seguir

Outro fato que precisa ser analisado é que o auxílio emergencial é pago a 35 milhões de pessoas, e o novo Bolsa Família seria repassado a 17 milhões de famílias, ou seja, mais de 18 milhões de pessoas podem ficar sem benefícios se não houver prorrogação do auxílio emergencial.

Fonte: r7.