
A campanha publicitária de fim de ano da Havaianas, estrelada por Fernanda Torres, se tornou centro de uma grande controvérsia nas redes sociais. O vídeo, que brinca com a expressão “começar o ano com o pé direito“, despertou reações acaloradas, especialmente entre políticos e influenciadores da ala direita, que interpretaram a mensagem como uma provocação ideológica disfarçada.
No comercial, a atriz afirma que prefere que as pessoas não comecem o ano com o pé direito, e sim “com os dois pés“: na estrada, na porta, na jaca ou onde quiserem. Segundo a marca, a ideia é incentivar movimento, atitude e entrega à vida. Entretanto, parlamentares conservadores enxergaram na fala uma crítica simbólica à direita política.
Reações à campanha da Havaianas
Eduardo Bolsonaro foi um dos primeiros a reagir. O ex-deputado publicou um vídeo descartando um par de Havaianas no lixo, acusando a empresa de abandonar um símbolo nacional.
Nikolas Ferreira também ironizou a campanha, sugerindo que nem todos continuariam usando a marca. Outros políticos do PL, como Bia Kicis, aderiram ao boicote virtual com postagens semelhantes.
Havaianas, nem todo mundo agora vai usar.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) December 21, 2025
Defesa da marca e repercussão nas redes
Em contrapartida, parlamentares de partidos como PT e PSOL saíram em defesa da Havaianas. Eles compartilharam fotos usando os produtos e criticaram o que consideram ser um exagero ideológico por parte da direita. A campanha ganhou ainda mais visibilidade com o aumento das visualizações do vídeo, especialmente no Instagram Reels.
Para especialistas em comunicação, a repercussão mostra o nível atual de sensibilidade simbólica no Brasil. A agência responsável pela campanha reiterou que o conteúdo não tem viés político, mas apelo existencial e cultural. Ainda assim, analistas destacam que, em tempos de polarização, qualquer mensagem pode ser politizada dependendo do contexto e de quem a transmite.
A controvérsia com a campanha da Havaianas também gerou memes e humor nas redes. Muitos internautas ironizaram a ideia de que uma expressão popular poderia gerar divisão política.
Outras marcas já passaram por situações semelhantes
Esse tipo de reação não é novo. Marcas como Burger King, Natura e O Boticário também enfrentaram campanhas de boicote ao abordarem temas sociais. Apesar disso, segundo especialistas, os boicotes digitais raramente causam impactos reais nas vendas.