Lula e Trump
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | Depositphotos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone na manhã desta segunda-feira (6) por cerca de 30 minutos. Segundo o Palácio do Planalto, o diálogo foi marcado por um tom cordial e pela lembrança da “boa química” entre ambos durante o encontro recente em Nova York, na Assembleia Geral da ONU.

Durante a conversa, Lula pediu ao líder norte-americano que reavalie o tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades nacionais, consideradas pelo governo brasileiro como barreiras injustificadas às relações entre os dois países.

Lula pede fim do tarifaço e das sanções a autoridades

De acordo com a nota oficial do Planalto, o presidente brasileiro solicitou a retirada da sobretaxa imposta a produtos nacionais, bem como a revogação das medidas restritivas que atingem autoridades do país.

“Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, publicou Lula em uma rede social.

“No telefonema, recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, completou o petista.

Atualmente, em alguns casos, a tarifa total sobre itens brasileiros pode chegar a 50%, quando somada à alíquota base de 10% já existente.

Trump, segundo a nota, designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

“Boa química” e retomada do diálogo direto

O Planalto destacou que Lula e Trump relembraram a “boa química” do encontro em Nova York, onde tiveram um breve contato após os discursos na ONU. Na ocasião, Trump afirmou que havia sentido uma “ótima química” com o presidente brasileiro.

Os dois líderes também trocaram telefones pessoais para estabelecer uma via direta de comunicação — um gesto visto pelo governo como sinal de reaproximação diplomática após meses de tensão entre as duas maiores economias do continente.

Segundo analistas, o diálogo marca um esforço mútuo para superar o pior momento das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos nos últimos anos.

Sanções e restrições aplicadas pelos EUA

Além das tarifas sobre produtos brasileiros, o governo Trump havia revogado vistos de autoridades nacionais, entre elas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União Jorge Messias e o ministro da Saúde Alexandre Padilha.

O líder norte-americano também incluiu o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, legislação utilizada pelos Estados Unidos para punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos.

Encontro presencial deve ocorrer em breve

Durante a ligação, Lula propôs um encontro presencial com Trump ainda neste mês, durante a Cúpula da Asean, na Malásia. Ambos foram convidados para o evento, que o governo brasileiro considera um local neutro e diplomático para a retomada do diálogo direto.

Trump ainda não confirmou sua presença oficial na cúpula, mas é esperado que viaje à Ásia em outubro, com paradas no Japão e na Coreia do Sul.

Lula, por sua vez, deve seguir para Kuala Lumpur após uma visita de Estado à Indonésia, como parte de sua agenda voltada ao fortalecimento dos laços comerciais com a região.

O presidente brasileiro também reiterou o convite a Trump para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA), e se colocou à disposição para visitar os Estados Unidos.

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